Quando eu entrei na escola,
no finalzinho da década de cinquenta,
o professor era o cara.
Acho que tal como acontece hoje,
o salário do educador era baixo,
mas nós, educandos, respeitávamos o mestre.
Bons tempos aqueles quando o professor
tinha autoridade na sala de aula;
quando os pais cobravam dedicação plena
dos filhos nas coisas do aprendizado.
Naquele tempo, os pais não trocavam
os filhos reprovados de colégio,
mas exigiam esforço redobrado deles
para o ano seguinte...
DESABAFO
Por que será que se investe tão pouco
em educação neste país?
Por que será que o tema vem à tona somente
alguns meses antes das eleições majoritárias,
mas passado o evento não se toca mais no assunto?
Por que será que é inserida na mídia
propagandas falaciosas relativas
a um avanço inexistente na educação?
Será os mentores do nosso Pa-tro-pi imaginam
que pensar faz mal à saúde e por isso não permitem
que a cadeira de Filosofia seja administrada
no currículo das escola pública?
Será que os nossos políticos acham bonito
milhões de tupiniquins bitolados e despreparados
para a vida por falta de um ensino de qualidade?
Por que será que os projetos educacionais
adequados à nossa realidade
como o projeto CIEPS do saudoso Darci Ribeiro
não saiu do papel, ou por outra, foi abortado
logo nos primeiros anos?
Minha gente, quando vai mudar o panorama?