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quinta-feira, 10 de abril de 2014

O DEDO DO HOMEM

Eu tinha uns dez anos
quando o pároco
pôs-me a correr
esbaforido da capela,
no dia em que adicionou
as labaredas do inferno
ao sermão dominical.

Anos após o susto,
frequentei templos
de várias seitas,
mas a figura do demo
permanecia inserida
nas prédicas diárias.

Então, por toda a parte
exala o ranço dogmático
da política imperialista
que tem distorcido
a pureza do cristianismo.

8 comentários:

  1. Boa tarde amigo Dilmar, seus poemas/textos são muito bons, amei ler aqui, pois eu também passei por esse terrível medo do inferno, tinha mais ou menos essa idade também, sei o quanto as crianças se impressionam com isso, nem deveriam dizer tais asneiras em sermões, mas dizem ainda por incrível que pareça!
    Concordo contigo, não sigo nenhuma religião, entre as que conheci, a espírita é a que mais condiz com o que acredito.
    A pureza do cristianismo fica só no fato histórico do que Jesus pregou com sua passagem pela Terra, Ele pregou o amor, só o amor! Quem ama de verdade sabe valorizar a própria Vida e a dos irmãos, dos companheiros de jornada!
    Abraços meu bom amigo sábio!

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  2. Cada um tem o diabo que merece

    O cristianismo caminhava então
    Por uma estrada perfeita, linear
    Que como caminho da salvação
    Pressupunha saber onde ia dar.

    Entretanto faltava algo, parecia.
    E aqueles de conduta irregular?
    Para eles seu lugar onde seria?
    Pois não vão suas almas salvar.

    Se o caminho dos bons é a paz
    De outros deve ter algum pesar
    Por que não inventar o satanás
    E o inferno que os faça queimar?

    E assim o cristianismo foi capaz
    De construir um demônio secular.

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  3. Dilmar, as crianças se assustam com essas colocações. E podem mesmo fugir . Só mais tarde, quando adultos, passamos a entender o real sentido de anjos e demônios. Abraço.

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  4. Acho que não existe alguém que não seja meio traumatizado com essas coisas. Prefiro algo que transmita alegria, otimismo, compaixão, amor. Nada de pecados e castigos ou imagens fortes que nos remetem à culpas. Penso eu que temer a Deus não é bom negócio. A imagem de Jesus pregado na cruz e com a coroa de espinhos nunca gostei de ver. Prefiro ver um rosto suave e lindo, pintado pelos gênios renascentistas.

    Abraços, Dilmar!

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  5. Trago em minhas lembranças de criança os tempos em que estudei num colégio de freiras. Tudo era muito estranho, muito organizado e aquele silencio sepulcral por todos os lados, além, claro, de se mostrarem muito misteriosas. Tínhamos que ser educadas com todas senão lá vinha o castigo ou a bronca.
    Hoje pensando melhor, não sei se foi bom ou ruim, mas sei que nunca esqueci esses tempos.
    Amigo, assim como tu teve os teus medos e anseios, deixo aqui também uma passagem da minha vida.
    Um grande abraço!!

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  6. Como tem situações e/ou pessoas que marcam tanto a gente, infelizmente, nem sempre de uma maneira positiva... e pra nos livrarmos disso, vai tempo...às vezes uma vida...

    Apreciei muito sua visita e comentário em meu blog...e quanto a insônia... raramente tenho, mas esta noite, tive...mas como meu lema é tirar o melhor até do que não me foi bom, resolvi brincar de escrever... bom final de semana,um abraço,
    Valéria

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  7. Amigo Dilmar, tb tive expêriencias catastróficas na igreja católica. O que me perseguia era o sentimento de culpa, que levei anos para livrar-me.
    Quanto à sua colocação sobre a pena de morte, uma colocação é muito forte para mim: só Deus pode dispor da vida, seja de pessoas ou animais. Muita paz!

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  8. Dilmar meu amigo..
    Seu poema é um relato de vida ,
    que nem imagina o quanto eu comprieendi muitas vezes
    me pego pensando como posso entender certas coisas nessa vida.
    Eu muito miúda ainda tinha medo de padre olha só o terror!!
    As saias me dava medo fazia se primeira comunhão
    eu morava no campo o padre foi na escolinha da roça.
    Quando vi o sacerdote Pus-me a correr chorando
    até hoje fiquei sistemada.
    Amigo.
    Uma feliz semana abraços ,Evanir..

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