Hoje, eu acordei pensando
na velocidade do giro
da roda do mundo;
parce que tudo está passando tão rápido
e, entre curioso e assustado, me pergunto:
onde foram parar as coisas de ontem?
Cadê o meu rosto imberbe,
cadê a minha voz suave,
cadê a minha des-canseira?
Cadê as minhas bolas de gude,
cadê as pedras de cinco-marias,
cadê a bola de meia,
cadê os gibis que eu lia,
cadê a Seleta em prosa e verso
e cadê os biscoitos que a minha vó fazia?
Cadê o meu velho pião
cadê o doce de goiaba de mamãe,
cadê a fogueira de São João,
as brincadeiras da escola
e o carrinho de lomba, então?
Cadê as galenas do meu tempo,
cadê as novelas do rádio,
cadê Jota bronquinha
cadê "Até depois de 2001"
do Flavio Alcaraz Gomes,
o maior de todos?
Cadê o staf esportivo da Guaíba
formado pelo Pedro Carneiro Pereira,
o Ruy, o Lauro, o Streck, o Amir, o Lasier,
o Lupi e o Antonio Augusto?
Cadê o Sergio Joickmann,
cadê "Dois minutos" com Ivete Brandalise,
cadê Fernando Veronesi
e a Música da Guaíba?
cadê o "Bric-a-Brac da Vida",
cadê o "Caderno de Sábado"
do meu Correio do Povo?
Cadê o Diario de Notícias,
a Última Hora, a Folha Esportiva,
a Folha da Tarde, a Revista do Globo,
a Intervalo, a Manchete, a Placar
e o Pasquim?
Cadê, cadê, cadê?...
ESTE BLOG FOI CRIADO PARA DAR VAZÃO AOS MEUS POEMAS E A ALGUNS TEXTOS, ESQUECIDOS NA GAVETA, E DE UM QUE OUTRO SIMULACRO, QUE PORVENTURA VENHA SURGIR. TAMBÉM POSTAREI, SEMPRE QUE ME DER NA TELHA, PEQUENOS TEXTOS, FRASES, PENSAMENTOS DE AUTORES CONSAGRADOS, SOBRETUDO DOS MEUS POETAS PREFERIDOS.
domingo, 18 de abril de 2010
domingo, 11 de abril de 2010
PODER E GLÓRIA
Tu que buscavas o poder
por toda a terra
construias teus palácios
nas nuvens.
Pensavas hipnotizar o vento,
aspiravas à glória salomônica.
Tu era Cesar
atravessando o Rubicom,
incorporavas Sócrates
calando Atenas.
Mas, agora, no final da reta,
percebes tua corrida vã.
Vês ali na esquina
a sombra da Dama de preto
Sabes que do outro lado
não poderás cambiar
tuas moedas podres
e compreendes, que tudo é poeira.
por toda a terra
construias teus palácios
nas nuvens.
Pensavas hipnotizar o vento,
aspiravas à glória salomônica.
Tu era Cesar
atravessando o Rubicom,
incorporavas Sócrates
calando Atenas.
Mas, agora, no final da reta,
percebes tua corrida vã.
Vês ali na esquina
a sombra da Dama de preto
Sabes que do outro lado
não poderás cambiar
tuas moedas podres
e compreendes, que tudo é poeira.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
A CONSTRUÇÃO
Os grãos de areia
o sono da pedra
e o barro das mãos
moldam a parede;
tecitura concreta
de um projeto abstrato.
No esboço em branco
a tarefa não anda
a argamassa some
no buraco do ralo.
No canteiro da obra,
o pedreiro dorme durante o dia.
À noite, ele disputa com os bichos
um espaço no buraco do bueiro.
o sono da pedra
e o barro das mãos
moldam a parede;
tecitura concreta
de um projeto abstrato.
No esboço em branco
a tarefa não anda
a argamassa some
no buraco do ralo.
No canteiro da obra,
o pedreiro dorme durante o dia.
À noite, ele disputa com os bichos
um espaço no buraco do bueiro.