Quem anda na moda
não se incomoda,
eis o lugar comum,
mas quem preferir o brilho da vitrine
terá de arcar com o ônus da opção.
Coloquei piercings nos lábios,
na língua, nas partes.
Tive dificuldade para mastigar,
para dormir, para fornicar...
Mas não fiquei incomodado.
Eu estava na moda.
Eu passava os verões seminú
nas areias da praia...
Minha namorada vestia
um biquini invisível
e a nossa pele fritava...
mas a gente não se incomodava
nem um pouco.
O bronze estava na moda.
O primeiro cigarro que eu pus na boca
causou-me uma sensação desagradável.
O gosto picante e aquele cheiro
de borracha queimando
embrulhou-me o estômago
e arranhou-me os nervos,
mas era importante superar o mal-estar
e aderir ao vício, para acompanhar os guris da galera...
O meu primeiro porre foi um nojo;
vômito, asco, ressaca...
Ah, mas a gente era jovem,
necessitava de afirmação perante ao mundo...
Naquele tempo garoto que não fumava e não bebia
era careta assumido,
e a caretice estava fora de moda...
Na minha juventude,
não entrava em lojas tradicionais,
só consumia os panos transados
das boutiques de marca.
Eu comprava a grife,
eu estava na moda,
eu curtia a onda...
Nos ciclos transitórios da vida,
um dia a gente se acomoda,
a gente envelhece, a gente cansa...
a gente sai de moda!
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
OLHOS PARA VER
Depois de muitos anos
passando pela mesma rua
descobri numa tarde de sábado
que nunca lhe dera a devida atenção.
Acordei para um mundo à parte,
quando fui surpreendido por uma criança
que passava por ali naquela tarde:
tio, tu tá vendo as flores bonitas
(são de jacarandás)
caindo das árvores sobre as calçadas,
formando um tapete lindo e colorido?
Gente, que sensação de desprezo por mim,
senti naquele instante!
O menino vendo minha cara embasbacada de idiota,
quis saber o que estava acontecendo.
À medida que eu me recuperava do impacto
do soco desferido pela sabedoria daquela criança,
fui perguntando: quando ele vira a beleza do lugar
e a resposta veio de pronto:
- Da da primeira vez que passei por aqui,
foi quando mostrei ao meu pai toda essa maravilha
e todo esse cheiro gostoso derramado no ar,
então, ele disse que caminhava há muitos anos por essa rua,
mas sempre com o pensamento distante,
não percebia o espetáculo da natureza,
porque não tinha olhos para ver.
passando pela mesma rua
descobri numa tarde de sábado
que nunca lhe dera a devida atenção.
Acordei para um mundo à parte,
quando fui surpreendido por uma criança
que passava por ali naquela tarde:
tio, tu tá vendo as flores bonitas
(são de jacarandás)
caindo das árvores sobre as calçadas,
formando um tapete lindo e colorido?
Gente, que sensação de desprezo por mim,
senti naquele instante!
O menino vendo minha cara embasbacada de idiota,
quis saber o que estava acontecendo.
À medida que eu me recuperava do impacto
do soco desferido pela sabedoria daquela criança,
fui perguntando: quando ele vira a beleza do lugar
e a resposta veio de pronto:
- Da da primeira vez que passei por aqui,
foi quando mostrei ao meu pai toda essa maravilha
e todo esse cheiro gostoso derramado no ar,
então, ele disse que caminhava há muitos anos por essa rua,
mas sempre com o pensamento distante,
não percebia o espetáculo da natureza,
porque não tinha olhos para ver.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
LAURA
A vida de Laura se transformou
de maneira inusitada e absurdiosa
a partir do dia em ela que se tornou
a fã número um dos programas de tv.
À medida que o ardor de Laura
aumentava pela superfície da telinha,
as pessoas que faziam parte de sua vida
foram ficando de lado.
Quando a situação ficou insustentável,
os filhos partiram em busca de ar puro.
Depois foi a vez do consorte abandonar o barco.
Laura, sozinha, trancou as portas e as janelas da casa.
A vida lá fora já não lhe interessava.
Laura começou a economizar com a comida,
consumindo apenas uma refeição diária,
pois queimava poucas calorias,
não fazendo nada além de assistir televisão.
Ela também passou a economizar com o corpo,
abandonando o uso das roupas.
Com a sobra do dinheiro da pensão,
que o marido depositava no banco,
Laura espalhou aparelhos de tv pela casa;
não que isso fosse necessário
já que ela praticamente não saia de cima da cama,
mas ela pensava assim: vá que eu sinta vontade
de ir ao banheiro no momento crucial do beijo
entre o galã e a mocinha...
Com o transcorrer do tempo,
Laura, de dentro do quarto,
usando as ferramentas da internet,
passou a influenciar no produto
que as emissoras colocavam no ar.
Ela se infiltrou nas redes sociais
e no interior das comunidades,
de onde comandava as integrantes
através da lavagem cerebral,
induzindo psicologicamente as participantes
à prática da sabotagem,
enlouquecendo os programadores dos canais abertos.
Muitas vezes os roteiristas de plantão
tiveram que alterar o script durante o andar da carruagem,
principalmente quando as filhas de Laura
boicotaram o enredo das novelas
e como a tv vive de Ibope...
Hoje, fala-se, que os diretores dos realitys shows,
antes, durante e depois da compactação
da grade de participantes de cada evento
ficam conectados com Laura o tempo inteiro
e seguem à risca às orientações da matrona...
de maneira inusitada e absurdiosa
a partir do dia em ela que se tornou
a fã número um dos programas de tv.
À medida que o ardor de Laura
aumentava pela superfície da telinha,
as pessoas que faziam parte de sua vida
foram ficando de lado.
Quando a situação ficou insustentável,
os filhos partiram em busca de ar puro.
Depois foi a vez do consorte abandonar o barco.
Laura, sozinha, trancou as portas e as janelas da casa.
A vida lá fora já não lhe interessava.
Laura começou a economizar com a comida,
consumindo apenas uma refeição diária,
pois queimava poucas calorias,
não fazendo nada além de assistir televisão.
Ela também passou a economizar com o corpo,
abandonando o uso das roupas.
Com a sobra do dinheiro da pensão,
que o marido depositava no banco,
Laura espalhou aparelhos de tv pela casa;
não que isso fosse necessário
já que ela praticamente não saia de cima da cama,
mas ela pensava assim: vá que eu sinta vontade
de ir ao banheiro no momento crucial do beijo
entre o galã e a mocinha...
Com o transcorrer do tempo,
Laura, de dentro do quarto,
usando as ferramentas da internet,
passou a influenciar no produto
que as emissoras colocavam no ar.
Ela se infiltrou nas redes sociais
e no interior das comunidades,
de onde comandava as integrantes
através da lavagem cerebral,
induzindo psicologicamente as participantes
à prática da sabotagem,
enlouquecendo os programadores dos canais abertos.
Muitas vezes os roteiristas de plantão
tiveram que alterar o script durante o andar da carruagem,
principalmente quando as filhas de Laura
boicotaram o enredo das novelas
e como a tv vive de Ibope...
Hoje, fala-se, que os diretores dos realitys shows,
antes, durante e depois da compactação
da grade de participantes de cada evento
ficam conectados com Laura o tempo inteiro
e seguem à risca às orientações da matrona...
sábado, 21 de janeiro de 2012
O RICO E O POBRE
Certa feita, um rico empresário
foi caminhar no parque
e quando veio a noite
ele se perdeu no bosque.
Após algumas horas
andando em círculos
sem encontrar o caminho de saída
foi guiado por um homem
que morava na floresta.
Depois daquele dia,
o milionário voltou muitas vezes
a encontrar aquele homem,
que morava numa cabana.
Até ficaram amigos,
apesar do abismo social
existente entre eles.
Nosso homem bem-sucedido
descobriu que o amigo paupérrimo
fora morar no mato
depois de perder tudo o que possuía na cidade.
O industrial, consternado com a história
passou a dar roupas e alimentos ao novo amigo
e na noite de Natal deu-lhe um automóvel de presente.
De repente, o empresário percebeu
que o homem do parque
não tocava nas coisas que ganhava
e tudo permanecia intacto, inclusive o automóvel.
Impressionado, o ricaço indagou a razão da desfeita.
Então, o homem pobre explicou
que aceitava os presentes
por gratidão à amizade devotada,
mas não tocava em nada,
porque a natureza generosa lhe fornecia
tudo que necessitava.
Após aquela conversa, o empresário
não retornou ao parque.
Ficou com medo de pegar a febre...
foi caminhar no parque
e quando veio a noite
ele se perdeu no bosque.
Após algumas horas
andando em círculos
sem encontrar o caminho de saída
foi guiado por um homem
que morava na floresta.
Depois daquele dia,
o milionário voltou muitas vezes
a encontrar aquele homem,
que morava numa cabana.
Até ficaram amigos,
apesar do abismo social
existente entre eles.
Nosso homem bem-sucedido
descobriu que o amigo paupérrimo
fora morar no mato
depois de perder tudo o que possuía na cidade.
O industrial, consternado com a história
passou a dar roupas e alimentos ao novo amigo
e na noite de Natal deu-lhe um automóvel de presente.
De repente, o empresário percebeu
que o homem do parque
não tocava nas coisas que ganhava
e tudo permanecia intacto, inclusive o automóvel.
Impressionado, o ricaço indagou a razão da desfeita.
Então, o homem pobre explicou
que aceitava os presentes
por gratidão à amizade devotada,
mas não tocava em nada,
porque a natureza generosa lhe fornecia
tudo que necessitava.
Após aquela conversa, o empresário
não retornou ao parque.
Ficou com medo de pegar a febre...
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
LUIZA
Eis, minha modesta e respeitosa
homenagem
à menina paraibana, divulgada
na internet nas últimas horas
Bom dia
amigas e amigos,
blogueiros em geral.
Bom dia também
à Luiza que está no Canadá.
Luiza voltes,
deixes o Canadá.
O povo daqui está triste
com a tua ausência.
Estamos preparando
uma recepção
para a tua volta.
Então, Luiza
retornes logo
porque o teu lugar é aqui.
Luiza, o futuro é teu.
Teu nome vai ser
tema de carnaval,
letra de música
da MPB,
hit deste verão.
Tu serás rainha
de todas as festas
do nosso pa-tro-pi
Tu serás eleita
mis das misses.
Tu serás
Presidente do Brasil.
Voltes Luiza.
Salve Luiza.
O Brasil te ama.
homenagem
à menina paraibana, divulgada
na internet nas últimas horas
Bom dia
amigas e amigos,
blogueiros em geral.
Bom dia também
à Luiza que está no Canadá.
Luiza voltes,
deixes o Canadá.
O povo daqui está triste
com a tua ausência.
Estamos preparando
uma recepção
para a tua volta.
Então, Luiza
retornes logo
porque o teu lugar é aqui.
Luiza, o futuro é teu.
Teu nome vai ser
tema de carnaval,
letra de música
da MPB,
hit deste verão.
Tu serás rainha
de todas as festas
do nosso pa-tro-pi
Tu serás eleita
mis das misses.
Tu serás
Presidente do Brasil.
Voltes Luiza.
Salve Luiza.
O Brasil te ama.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
MARIA BETHÂNIA
Quem já não vibrou
ao ouvir Raul Seixas cantar
"O dia em que a terra parou"?
Eu tive a sensação
de que o mundo havia parado
ao ouvir Maria Bethânia
recitando Fernando Pessoa.
Existe dezenas, várias; muitas
cantoras intérpretes que se transmutam
em determinados momentos no palco
mas Maria Bethânia é a luz
da energia cósmica
refletindo à sua volta.
Maria Bethânia pertence
àquele seleto grupo
de seres que possuem
o doce poder de encantar
as almas sensíveis.
Às vezes eu pressinto que
quando Maria Bethânia sorri
os querubins descem à terra
trazendo as cores do arco-íris.
ao ouvir Raul Seixas cantar
"O dia em que a terra parou"?
Eu tive a sensação
de que o mundo havia parado
ao ouvir Maria Bethânia
recitando Fernando Pessoa.
Existe dezenas, várias; muitas
cantoras intérpretes que se transmutam
em determinados momentos no palco
mas Maria Bethânia é a luz
da energia cósmica
refletindo à sua volta.
Maria Bethânia pertence
àquele seleto grupo
de seres que possuem
o doce poder de encantar
as almas sensíveis.
Às vezes eu pressinto que
quando Maria Bethânia sorri
os querubins descem à terra
trazendo as cores do arco-íris.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
RIO GUAÍBA
Rio Guaíba
e o teu pôr do sol,
cartão postal
de uma cidade
que ainda conserva
o ar de província.
A cidade nasceu
porque tu, Guaíba,
estava aqui esperando
os Açorianos vir
armar suas barracas.
Velho Guaíba
assististe de perto
nossa história
com a tranquilidade
de quem conhece
a inexorabilidade do tempo.
Guaíba, em tupi-guarani,
quer dizer encontro das águas.
Num passado remoto
alguém de te designou
de lago de Porto Alegre,
mas por quase todo o tempo
o povo daqui te chamou
de Rio Guaíba,
porém, no finalzinho do século passado,
técnicos da Universidade Federal
e de universidades americanas,
após longo estudo, concluíram
que tu és um lago.
Não fiques triste,
meu amigo Guaíba,
tão acostumado
com o nome de rio
e agora te rotulam de lago,
mas eu serei solidário contigo
e te chamarei assim:
Lago Rio Guaíba!
e o teu pôr do sol,
cartão postal
de uma cidade
que ainda conserva
o ar de província.
A cidade nasceu
porque tu, Guaíba,
estava aqui esperando
os Açorianos vir
armar suas barracas.
Velho Guaíba
assististe de perto
nossa história
com a tranquilidade
de quem conhece
a inexorabilidade do tempo.
Guaíba, em tupi-guarani,
quer dizer encontro das águas.
Num passado remoto
alguém de te designou
de lago de Porto Alegre,
mas por quase todo o tempo
o povo daqui te chamou
de Rio Guaíba,
porém, no finalzinho do século passado,
técnicos da Universidade Federal
e de universidades americanas,
após longo estudo, concluíram
que tu és um lago.
Não fiques triste,
meu amigo Guaíba,
tão acostumado
com o nome de rio
e agora te rotulam de lago,
mas eu serei solidário contigo
e te chamarei assim:
Lago Rio Guaíba!
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
JULGAMENTO
Um homem com sede de justiça
procurou o sistema judiciário
para ser encarcerado.
O juiz de plantão, perplexo, perguntou,
filho, estás passando por dificuldades?
- Por dificuldade moral, Sr. juiz!
- Estranho. Já aconteceu algo correlato no passado,
mas o sujeito era ex-presidiário e por consequência
não conseguia emprego nem moradia
e andava faminto e doente.
- Excelência, atenderam o pedido e o prenderam?
- Sim, mas teve que reinscidir.
- Repetiu o crime anterior?
- Não. Como não havia motivos para prendê-lo,
ele colocou explosivos na porta do presídio,
causando uma grande lambança. Mas
tu não pretendes explodir o tribunal?
- Eu já cometi os delitos necessário para ser preso
- Homem, esses pecadilhos cometidos por ti são
brincadeiras de crianças, algo muito distante das safadezas
praticadas em meio à seara política, por exemplo.
- Sr. juiz, o que eu fiz é repulsivo!
- Criatura, foram pequenos deslizes de arraía miúda,
nada , se comparado às maracutaias dos tubarões,
que se pulverizam pelas brechas do nosso sistema obsoleto
- Doutor juiz, eu cometi um crime e tenho de ser preso!
- Homem, o pretenso crime que tu dizes ter cometido
não pode ser julgado, porque a lei ainda não o catalogou como crime.
- Mas eu já fui julgado.
- Por quem?
- Fui julgado pelo tribunal da minha consciência!
procurou o sistema judiciário
para ser encarcerado.
O juiz de plantão, perplexo, perguntou,
filho, estás passando por dificuldades?
- Por dificuldade moral, Sr. juiz!
- Estranho. Já aconteceu algo correlato no passado,
mas o sujeito era ex-presidiário e por consequência
não conseguia emprego nem moradia
e andava faminto e doente.
- Excelência, atenderam o pedido e o prenderam?
- Sim, mas teve que reinscidir.
- Repetiu o crime anterior?
- Não. Como não havia motivos para prendê-lo,
ele colocou explosivos na porta do presídio,
causando uma grande lambança. Mas
tu não pretendes explodir o tribunal?
- Eu já cometi os delitos necessário para ser preso
- Homem, esses pecadilhos cometidos por ti são
brincadeiras de crianças, algo muito distante das safadezas
praticadas em meio à seara política, por exemplo.
- Sr. juiz, o que eu fiz é repulsivo!
- Criatura, foram pequenos deslizes de arraía miúda,
nada , se comparado às maracutaias dos tubarões,
que se pulverizam pelas brechas do nosso sistema obsoleto
- Doutor juiz, eu cometi um crime e tenho de ser preso!
- Homem, o pretenso crime que tu dizes ter cometido
não pode ser julgado, porque a lei ainda não o catalogou como crime.
- Mas eu já fui julgado.
- Por quem?
- Fui julgado pelo tribunal da minha consciência!
JULGAMENTO
Um homem com sede de justiça
procurou o sistema judiciário
para ser encarcerado.
O juiz de plantão, perplexo, perguntou,
filho, estás passando por dificuldades?
- Por dificuldade moral, Sr. juiz!
- Estranho. Já aconteceu algo correlato no passado,
mas o sujeito era ex-presidiário e por consequência
não conseguia emprego nem moradia
e andava faminto e doente.
- Excelência, atenderam o pedido e o prenderam?
- Sim, mas teve que reinscidir.
- Repetiu o crime anterior?
- Não. Como não havia motivos para prendê-lo,
ele colocou explosivos na porta do presídio,
causando uma grande lambança. Mas
tu não pretendes explodir o tribunal?
- Eu já cometi os delitos necessário para ser preso
- Homem, esses pecadilhos cometidos por ti são
brincadeiras de crianças, algo muito distante das safadezas
praticadas em meio à seara política, por exemplo.
- Sr. juiz, o que eu fiz é repulsivo!
- Criatura, foram pequenos deslizes de arraía miúda,
nada , se comparado às maracutaias dos tubarões,
que se pulverizam pelas brechas do nosso sistema obsoleto
- Doutor juiz, eu cometi um crime e tenho de ser preso!
- Homem o pretenso crime que tu dizes ter cometido
não pode ser julgado, porque a lei ainda não o catalogou como crime.
- Mas eu já fui julgado.
- Por quem?
- Fui julgado pelo tribunal da minha consciência!
procurou o sistema judiciário
para ser encarcerado.
O juiz de plantão, perplexo, perguntou,
filho, estás passando por dificuldades?
- Por dificuldade moral, Sr. juiz!
- Estranho. Já aconteceu algo correlato no passado,
mas o sujeito era ex-presidiário e por consequência
não conseguia emprego nem moradia
e andava faminto e doente.
- Excelência, atenderam o pedido e o prenderam?
- Sim, mas teve que reinscidir.
- Repetiu o crime anterior?
- Não. Como não havia motivos para prendê-lo,
ele colocou explosivos na porta do presídio,
causando uma grande lambança. Mas
tu não pretendes explodir o tribunal?
- Eu já cometi os delitos necessário para ser preso
- Homem, esses pecadilhos cometidos por ti são
brincadeiras de crianças, algo muito distante das safadezas
praticadas em meio à seara política, por exemplo.
- Sr. juiz, o que eu fiz é repulsivo!
- Criatura, foram pequenos deslizes de arraía miúda,
nada , se comparado às maracutaias dos tubarões,
que se pulverizam pelas brechas do nosso sistema obsoleto
- Doutor juiz, eu cometi um crime e tenho de ser preso!
- Homem o pretenso crime que tu dizes ter cometido
não pode ser julgado, porque a lei ainda não o catalogou como crime.
- Mas eu já fui julgado.
- Por quem?
- Fui julgado pelo tribunal da minha consciência!
sábado, 7 de janeiro de 2012
POETAS
Eu tinha uns dez anos,
gostava de ler versos rimados
dos poetas acessíveis à minha compreensão,
mas possuía uma ideia muito vaga
sobre poesia e arte literária.
Lembro-me das noites enluaradas daquele tempo
quando eu passava horas olhando para o céu
procurando poesia no globo lunar
por que ouvia minha vó dizer
que os poetas viviam no mundo da lua...
Depois, escutei da boca de muita gente
que os poetas eram indivíduos rabugentos,
seres diferentes das pessoas comuns,
que viviam em um mundo à parte
e alguns pertenciam a ordens iniciáticas,
escolas esotéricas, círculos secretos...
Mas o tempo passa e a gente percebe
que os poetas não são lunáticos,
mas pessoas normais,
que sentem aquilo que a maioria sente.
Todos trazemos maior ou menor quantidade
de poesia incrustada dentro de nós,
porém nem todo mundo consegue expressar
o sentimento poético através da palavra.
gostava de ler versos rimados
dos poetas acessíveis à minha compreensão,
mas possuía uma ideia muito vaga
sobre poesia e arte literária.
Lembro-me das noites enluaradas daquele tempo
quando eu passava horas olhando para o céu
procurando poesia no globo lunar
por que ouvia minha vó dizer
que os poetas viviam no mundo da lua...
Depois, escutei da boca de muita gente
que os poetas eram indivíduos rabugentos,
seres diferentes das pessoas comuns,
que viviam em um mundo à parte
e alguns pertenciam a ordens iniciáticas,
escolas esotéricas, círculos secretos...
Mas o tempo passa e a gente percebe
que os poetas não são lunáticos,
mas pessoas normais,
que sentem aquilo que a maioria sente.
Todos trazemos maior ou menor quantidade
de poesia incrustada dentro de nós,
porém nem todo mundo consegue expressar
o sentimento poético através da palavra.
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
DEVANEIOS
Era fim de primavera
e uma brisa suave
ventilava o semblante
da tarde nublada.
Eu me deslocava devagar
pela calçada arborizada
Naqueles instantes, meu cérebro
era um conjunto vazio de idéias.
Eu degustava a tranquilidade
desses momentos raros
em que o ego silencia
e o Ser flui...
São dádivas sublimes
que a existência oferece
vez em quando...
De repente um beijo no rosto;
fui retirado das águas
do oceano interior
pela flor do jacarandá
que ao cair roçou de leve
a pele da minha face..
e uma brisa suave
ventilava o semblante
da tarde nublada.
Eu me deslocava devagar
pela calçada arborizada
Naqueles instantes, meu cérebro
era um conjunto vazio de idéias.
Eu degustava a tranquilidade
desses momentos raros
em que o ego silencia
e o Ser flui...
São dádivas sublimes
que a existência oferece
vez em quando...
De repente um beijo no rosto;
fui retirado das águas
do oceano interior
pela flor do jacarandá
que ao cair roçou de leve
a pele da minha face..
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