Remexendo outro dia
no bau de recuerdos,
encontrei algumas cartas
dos meus dias juvenis.
Marcas de uma época
anterior à aldeia global,
quando o serviço do correio
e o telefone de disco
eram pontes entre as criaturas.
Reencontrei-me com alguns vocábulos
perdidos no esconderijo da memória
- gíria amiga dos anos sessenta -,
mas latentes na lembrança do poeta,
que me reconectaram ao túnel do tempo.
terça-feira, 29 de abril de 2014
domingo, 27 de abril de 2014
SERÁ QUE EU ESTOU ENLOUQUECENDO?
A leitura jornalística dos últimos anos
tem feito eu lembrar da imortal Elis
parodiando uma música que ela cantava.
Meus queridos amigos hão de perguntar,
qual o nexo entre a notícia e a partitura?
É que o nosso cérebro possui o hábito,
lógico ou não, de associar ideias;
no caso aqui exposto, palavra.
e a palavra, combustível da escrita,
leva o poeta a rabiscar no papel,
muitas vezes, elementos significantes
para ele próprio, outras vezes,
para o círculo de afinidades.
Mas, enfim, vamos ao fato:
por mais disparatado que pareça,
fico imaginando a Pimentinha cantar assim:
uma maracutaia pra lá, outra maracutaia pra cá;
duas maracutaias pra lá, duas maracutaias pra cá;
mil maracutaias pra lá, mil maracutaias pra cá,
milhares de maracutaias ....
maracutaias que não acabam mais, meu Deus!
tem feito eu lembrar da imortal Elis
parodiando uma música que ela cantava.
Meus queridos amigos hão de perguntar,
qual o nexo entre a notícia e a partitura?
É que o nosso cérebro possui o hábito,
lógico ou não, de associar ideias;
no caso aqui exposto, palavra.
e a palavra, combustível da escrita,
leva o poeta a rabiscar no papel,
muitas vezes, elementos significantes
para ele próprio, outras vezes,
para o círculo de afinidades.
Mas, enfim, vamos ao fato:
por mais disparatado que pareça,
fico imaginando a Pimentinha cantar assim:
uma maracutaia pra lá, outra maracutaia pra cá;
duas maracutaias pra lá, duas maracutaias pra cá;
mil maracutaias pra lá, mil maracutaias pra cá,
milhares de maracutaias ....
maracutaias que não acabam mais, meu Deus!
quinta-feira, 24 de abril de 2014
CHIMARRÃO
Hoje, vinte e quatro de abril
é o dia do chimarrão,
nossa doce bebida amarga.
Legado dos povos indígenas,
oriundos do extremo sul da America,
presente no nosso cotidiano.
O mate é sorvido na Argentina, no Uruguai,
Paraguai, e em outras querências...,
mas aqui no Rio Grande virou paixão.
Do porongo rústico à cuia,
do canudo de taquara à bomba,
o chimarrão não parou no tempo.
Para comemorar (bebemorar) a data
nada melhor que uma mateada
no estilo roda de chimarrão.
é o dia do chimarrão,
nossa doce bebida amarga.
Legado dos povos indígenas,
oriundos do extremo sul da America,
presente no nosso cotidiano.
O mate é sorvido na Argentina, no Uruguai,
Paraguai, e em outras querências...,
mas aqui no Rio Grande virou paixão.
Do porongo rústico à cuia,
do canudo de taquara à bomba,
o chimarrão não parou no tempo.
Para comemorar (bebemorar) a data
nada melhor que uma mateada
no estilo roda de chimarrão.
terça-feira, 22 de abril de 2014
INFORMALIDADE
Lá pelo meio do século passado
os vendedores ambulantes
anunciavam na Rua da Praia:
vendo Óleo de Peixe Boi,
Extrato do Ipê da Amazônia,
pomada milagrosa tira dor,
bilhete da Loteria estadual,
assinatura da Revista Cruzeiro
e manual de como enriquecer sem fazer força...
Naquela época, na praça XV,
em torno do Mercado Público,
havia o tradicional Lambe-lambe,
o retrato em preto e branco,
três por quatro, tirado na hora
- fotos para o primeiro emprego...
As novas tecnologias varreram
hábitos e costumes antigos,
mas os ambulantes ainda estão
no Centro Histórico e agora apregoam
outros produtos:
temos o comprimido azul importado do Paraguai,
vendemos óculos de grau por cinquenta reais,
fornecemos recibos de contra cheques
assinalados no valor que o freguês desejar
e atestados médicos de 14 dias...
os vendedores ambulantes
anunciavam na Rua da Praia:
vendo Óleo de Peixe Boi,
Extrato do Ipê da Amazônia,
pomada milagrosa tira dor,
bilhete da Loteria estadual,
assinatura da Revista Cruzeiro
e manual de como enriquecer sem fazer força...
Naquela época, na praça XV,
em torno do Mercado Público,
havia o tradicional Lambe-lambe,
o retrato em preto e branco,
três por quatro, tirado na hora
- fotos para o primeiro emprego...
As novas tecnologias varreram
hábitos e costumes antigos,
mas os ambulantes ainda estão
no Centro Histórico e agora apregoam
outros produtos:
temos o comprimido azul importado do Paraguai,
vendemos óculos de grau por cinquenta reais,
fornecemos recibos de contra cheques
assinalados no valor que o freguês desejar
e atestados médicos de 14 dias...
sábado, 19 de abril de 2014
A SOLIDÃO GLOBAL
A aldeia global
produziu o indivíduo moderno ,
um elemento numérico
da engrenagem digital
A aldeia global
democratizou as relações
do homem sem rosto
através da rede virtual
A aldeia global
eliminou as fronteiras,
mas enjaulou a criatura
na solidão existencial
produziu o indivíduo moderno ,
um elemento numérico
da engrenagem digital
A aldeia global
democratizou as relações
do homem sem rosto
através da rede virtual
A aldeia global
eliminou as fronteiras,
mas enjaulou a criatura
na solidão existencial
terça-feira, 15 de abril de 2014
PARA E OLHE
Li outro dia, em algum lugar,
o depoimento de uma menina
dizendo que vivia a correr
o dia inteiro, todos os dias,
mas nunca lhe sobrava tempo
nem mesmo um tempinho qualquer
de olhar para o próprio tempo...
Por vezes, quase desconfiava,
que corria sem um objetivo sustentável...
Que praticamente nada no mundo
mudaria para o bem ou para o mal
em virtude de suas correrias esbaforidas,
porém, justificava-se: é necessário correr,
a vida é muito curta...
Mas um dia deixou cair a guarda
e por breves momentos de distração
viu, emocionada, uma borboleta diferente
de todas as borboletas
que já vira em sua vida.
Na verdade era uma borboleta
igual a tantas outras borboletas,
mas uma novidade para ela,
que não tinha tempo de ver as coisas,
que existem para ser vistas...
o depoimento de uma menina
dizendo que vivia a correr
o dia inteiro, todos os dias,
mas nunca lhe sobrava tempo
nem mesmo um tempinho qualquer
de olhar para o próprio tempo...
Por vezes, quase desconfiava,
que corria sem um objetivo sustentável...
Que praticamente nada no mundo
mudaria para o bem ou para o mal
em virtude de suas correrias esbaforidas,
porém, justificava-se: é necessário correr,
a vida é muito curta...
Mas um dia deixou cair a guarda
e por breves momentos de distração
viu, emocionada, uma borboleta diferente
de todas as borboletas
que já vira em sua vida.
Na verdade era uma borboleta
igual a tantas outras borboletas,
mas uma novidade para ela,
que não tinha tempo de ver as coisas,
que existem para ser vistas...
quinta-feira, 10 de abril de 2014
O DEDO DO HOMEM
Eu tinha uns dez anos
quando o pároco
pôs-me a correr
esbaforido da capela,
no dia em que adicionou
as labaredas do inferno
ao sermão dominical.
Anos após o susto,
frequentei templos
de várias seitas,
mas a figura do demo
permanecia inserida
nas prédicas diárias.
Então, por toda a parte
exala o ranço dogmático
da política imperialista
que tem distorcido
a pureza do cristianismo.
quando o pároco
pôs-me a correr
esbaforido da capela,
no dia em que adicionou
as labaredas do inferno
ao sermão dominical.
Anos após o susto,
frequentei templos
de várias seitas,
mas a figura do demo
permanecia inserida
nas prédicas diárias.
Então, por toda a parte
exala o ranço dogmático
da política imperialista
que tem distorcido
a pureza do cristianismo.
segunda-feira, 7 de abril de 2014
O PARAÍSO PODE ESTAR AQUI
Quando o arco-íris rasgava as nuvens,
meu avô, em estado de graça, gritava;
menino, não perca tempo, venha ver:
os anjos estão espiando a gente!
Eu, extasiado, balbuciava perguntando:
- Vovô, os anjos não vivem no paraíso?
- guri, os anjos estarão onde o nosso coração estiver!
meu avô, em estado de graça, gritava;
menino, não perca tempo, venha ver:
os anjos estão espiando a gente!
Eu, extasiado, balbuciava perguntando:
- Vovô, os anjos não vivem no paraíso?
- guri, os anjos estarão onde o nosso coração estiver!
quarta-feira, 2 de abril de 2014
OUTONO, DE LEVE.
A folhinha do calendário
conduziu o verão
para fora do mapa,
mas a temperatura
permanece elevada.
Veio o mês de abril
e tudo continua igual.
Parece que o outono
anda preferindo
o turno da noite
por que depois que o sol
cruza o paralelo trinta e oito
o clima tem ficado,
por algumas horas,
mais ameno por aqui.
conduziu o verão
para fora do mapa,
mas a temperatura
permanece elevada.
Veio o mês de abril
e tudo continua igual.
Parece que o outono
anda preferindo
o turno da noite
por que depois que o sol
cruza o paralelo trinta e oito
o clima tem ficado,
por algumas horas,
mais ameno por aqui.
Subscrever:
Mensagens (Atom)