Vivo numa cidade velha,
que às vezes parece nova,
outras vezes parece outra.
Às vezes parece antiga
menos antigas que outras
que se tornaram velhas,
entretanto minha cidade,
que há pouco era província
tem um jeito diferente
das cidades que eu conheço.
Ela mora lado ao do rio,
o qual dizem que um lago,
composto por quatro braços;
que eu chamo de estuário,
e o seria se não houvesse
uma lagoa entre o lago e o mar,
entre o rio e o mar para quem
ainda não assimilou a ideia
e reitera que o nosso lago é um rio.
Este rio, este lago, este processo
de água doce, trouxe os açorianos,
lá no século dezoito,
para o entorno do Gasometro
onde engendraram a Porto Alegre.
Então ela desceu as curvas do rio
para o lado do sul, subiu para o norte,
depois desgarrou para as bandas de Viamão...