Certa feita uma amiga expôs,
em meio a uma discussão acalorada
sobre a disponibilidade do tempo
quando todos afirmavam categóricos
que por mais que se predispusessem
não conseguiam atender as demandas
relacionadas às visitas pendentes
em circunstâncias dos compromissos
inerentes ao mecanismo da sobrevivência
que sempre se arranja um tempinho
quando intensificamos o interesse
em favor deste, desta ou daquele, daquela ...
Que o tempo é o mesmo para todos,
mas o que difere é o nível de comprometimento
afetivo, emocional, político, esquizofrênico...
terça-feira, 28 de julho de 2015
domingo, 26 de julho de 2015
SAUDOSO QUINTANA
Julho outra vez,
aliás já vai terminando
mas antes de acabar me lembro
que este é um tempo especial
porque é o mês natalício
do poeta Mario Quintana.
Porém, muitas vezes, esqueço
de que ele já não vive mais aqui
e fico andando pela rua da Praia
na esperança de vê-lo passar.
E quando algum amigo
pede para eu recobrar a razão
dizendo-me que os mortos não voltam
eu fico pensando e perguntando:
Mas o Mario Quintana morreu?
aliás já vai terminando
mas antes de acabar me lembro
que este é um tempo especial
porque é o mês natalício
do poeta Mario Quintana.
Porém, muitas vezes, esqueço
de que ele já não vive mais aqui
e fico andando pela rua da Praia
na esperança de vê-lo passar.
E quando algum amigo
pede para eu recobrar a razão
dizendo-me que os mortos não voltam
eu fico pensando e perguntando:
Mas o Mario Quintana morreu?
quinta-feira, 23 de julho de 2015
CHEIRO DE TERRA MOLHADA
Naquelas tardes, quando o céu escurecia,
eu aguardava à janela de frente para a rua
as primeiras gotas da precipitação outonal
para degustar o cheiro da terra molhada...
Quando meus olhos veem um nuvem escura
em conjunto com outras, formando um tapete
desencadeador de borrascas vespertinas,
meu espírito reporta-se à época da minha janela...
Sempre que sinto o cheiro de terra molhada,
um turbilhão de pensamentos vem à tona
e não importa o que eu esteja a empreender
porque acabo voltando àquelas tardes...
eu aguardava à janela de frente para a rua
as primeiras gotas da precipitação outonal
para degustar o cheiro da terra molhada...
Quando meus olhos veem um nuvem escura
em conjunto com outras, formando um tapete
desencadeador de borrascas vespertinas,
meu espírito reporta-se à época da minha janela...
Sempre que sinto o cheiro de terra molhada,
um turbilhão de pensamentos vem à tona
e não importa o que eu esteja a empreender
porque acabo voltando àquelas tardes...
segunda-feira, 20 de julho de 2015
CURIOSIDADE
Somos, todos, curiosos
em maior ou menor grau.
Acho que a curiosidade
está inserida na genética
da humanidade.
Quero continuar curioso
em relação ao desconhecido
que produz proveito.
Que minha curiosidade
se mantenha acesa
em relação aos livros
que enriquecem o espírito.
Que minha curiosidade
busque os lugares simples
que tranquilizam a mente
e deem leveza à alma.
Que minha curiosidade
não ultrapasse a margem
da boa convivência.
Que minha curiosidade
não se perca em julgamentos
das coisas que não me dizem respeito.
Que minha curiosidade
seja menos curiosa...
em maior ou menor grau.
Acho que a curiosidade
está inserida na genética
da humanidade.
Quero continuar curioso
em relação ao desconhecido
que produz proveito.
Que minha curiosidade
se mantenha acesa
em relação aos livros
que enriquecem o espírito.
Que minha curiosidade
busque os lugares simples
que tranquilizam a mente
e deem leveza à alma.
Que minha curiosidade
não ultrapasse a margem
da boa convivência.
Que minha curiosidade
não se perca em julgamentos
das coisas que não me dizem respeito.
Que minha curiosidade
seja menos curiosa...
sábado, 18 de julho de 2015
CUSTO BRASIL
Durante muito tempo a mídia identificou
a causa do lento andar desenvolvimentista
da nação pa-tro-pi, no "custo Brasil"
porque segundo aquela casta
gastos relacionados aos setores administrativos
emperravam a máquina laboral...
Que não sejamos tão céticos e críticos,
mas, hoje, quero crer que a causa matriz
do atoleiro no qual a nação adentra,
reside na filosofia do "toma lá, dá cá",
a prática do "dando que se recebe";
modus operandis, subliminarmente,
que agora funciona a céu aberto...
a causa do lento andar desenvolvimentista
da nação pa-tro-pi, no "custo Brasil"
porque segundo aquela casta
gastos relacionados aos setores administrativos
emperravam a máquina laboral...
Que não sejamos tão céticos e críticos,
mas, hoje, quero crer que a causa matriz
do atoleiro no qual a nação adentra,
reside na filosofia do "toma lá, dá cá",
a prática do "dando que se recebe";
modus operandis, subliminarmente,
que agora funciona a céu aberto...
segunda-feira, 13 de julho de 2015
14 DE JULHO
14 de julho não seria o dia da queda da Bastilha
entretanto estabeleceu-se esta data para celebrar
a derrubada daquele símbolo sistemático de poder
esdruxulo, retrógado, desumano e autoritário
que prosperou até mil setecentos e oitenta e nove
ano da eclosão da Revolução Francesa.
a qual trouxe no bojo o glorioso tripé:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade...
Passados mais de dois séculos povos, tribos, grupos
mundo a fora ainda sofrem sob o jugo das Bastilhas...
entretanto estabeleceu-se esta data para celebrar
a derrubada daquele símbolo sistemático de poder
esdruxulo, retrógado, desumano e autoritário
que prosperou até mil setecentos e oitenta e nove
ano da eclosão da Revolução Francesa.
a qual trouxe no bojo o glorioso tripé:
Liberdade, Igualdade e Fraternidade...
Passados mais de dois séculos povos, tribos, grupos
mundo a fora ainda sofrem sob o jugo das Bastilhas...
sábado, 11 de julho de 2015
TUDO PASSA
Quem carregou a poesia que havia
nas ruas da cidade da minha juventude?
Aonde foi parar o brilho dos olhos das meninas,
que dançavam nas páginas do nosso poeta?
Aonde foram as pessoas que se encontravam
a qualquer hora à porta da Galeria Chaves?
Cadê aquela turma da parada obrigatória
sob a marquise do relógio da Casa Masson?
E o charme do cafézinho, apenas um pretexto
para o bate-papo à mesa do Café-Ryan?
E a subida ao segundo andar da Livraria do Globo
para a leitura dos lançamentos editoriais?
Cadê a patota que discutia com a gente
os lances pitorescos do futebol do fim semana
ali à entrada da Galeria Chaves Barcelos,
enquanto olhávamos as meninas passando na calçada?
E a esticada até a Praça da Alfândega, sentado,
esperando ansioso, o Mario Quintana passar?
Pois é, até a própria praça já não é a mesma,
hoje com suas árvores de galhos retorcidos...
nas ruas da cidade da minha juventude?
Aonde foi parar o brilho dos olhos das meninas,
que dançavam nas páginas do nosso poeta?
Aonde foram as pessoas que se encontravam
a qualquer hora à porta da Galeria Chaves?
Cadê aquela turma da parada obrigatória
sob a marquise do relógio da Casa Masson?
E o charme do cafézinho, apenas um pretexto
para o bate-papo à mesa do Café-Ryan?
E a subida ao segundo andar da Livraria do Globo
para a leitura dos lançamentos editoriais?
Cadê a patota que discutia com a gente
os lances pitorescos do futebol do fim semana
ali à entrada da Galeria Chaves Barcelos,
enquanto olhávamos as meninas passando na calçada?
E a esticada até a Praça da Alfândega, sentado,
esperando ansioso, o Mario Quintana passar?
Pois é, até a própria praça já não é a mesma,
hoje com suas árvores de galhos retorcidos...
quinta-feira, 9 de julho de 2015
SAÚDE ESTÁ DOENTE
Há tempos que a saúde brasileira
vinha combalida das pernas, mas,
agora o quadro agravou-se tanto
que a saúde foi internada na UTI.
Vários hospitais fechados, outros quebrados,
redução de leitos em alguns, descaso em outros,
funcionários em greve por falta de pagamentos,
eis o panorama do Sistema Único de Saúde.
Nos periodos eleitoreiros das eleições presidenciais
chove promessas da parte dos caçadores de votos,
inclusive essa turma que hoje ocupa o poder central
gritava ao vento, que tinha a solução para nossas mazelas.
Porém, dizem que de promessas até aquele lugar está cheio,
então o necessitado, o carente, o trabalhador comum, quando doente
terá de se entregar à própria sorte, rezar a todos os santos?
Ou pior, resignar-se e esperar a morte porque não possui recursos?
vinha combalida das pernas, mas,
agora o quadro agravou-se tanto
que a saúde foi internada na UTI.
Vários hospitais fechados, outros quebrados,
redução de leitos em alguns, descaso em outros,
funcionários em greve por falta de pagamentos,
eis o panorama do Sistema Único de Saúde.
Nos periodos eleitoreiros das eleições presidenciais
chove promessas da parte dos caçadores de votos,
inclusive essa turma que hoje ocupa o poder central
gritava ao vento, que tinha a solução para nossas mazelas.
Porém, dizem que de promessas até aquele lugar está cheio,
então o necessitado, o carente, o trabalhador comum, quando doente
terá de se entregar à própria sorte, rezar a todos os santos?
Ou pior, resignar-se e esperar a morte porque não possui recursos?
terça-feira, 7 de julho de 2015
O GAÚCHO PILCHADO NO MUSEU DO LOUVRE
Certa feita, um gaúcho pilchado
desceu de mansinho na cidade luz.
A indumentária do guasca fronteiriço
causou espécie pelas rua de Paris.
Os parisienses acostumados com forasteiros
perguntavam, entre eles, de onde é que vem
essa figura diferente, fantasiada e colorida
portando adereços os quais nunca vimos?
O gauchito xucro, mas curioso e inquieto,
ocupava o tempo em visitas às casas de artes,
entretanto, um dia turistas confundiram-no
com uma peça do museu do Louvre.
desceu de mansinho na cidade luz.
A indumentária do guasca fronteiriço
causou espécie pelas rua de Paris.
Os parisienses acostumados com forasteiros
perguntavam, entre eles, de onde é que vem
essa figura diferente, fantasiada e colorida
portando adereços os quais nunca vimos?
O gauchito xucro, mas curioso e inquieto,
ocupava o tempo em visitas às casas de artes,
entretanto, um dia turistas confundiram-no
com uma peça do museu do Louvre.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
OS RELÓGIOS
Eu curtia, naquele época, os pôr de sóis.
Acordava cedo e os dias se arrastavam
orquestrados pelos ponteiros preguiçosos
dos relógios que viviam parados no tempo.
De repente, a engrenagem do sistema
começou a acelerar a barca das horas
e foi adulterando o panorama dos dias
pelo tricotar intenso do realismo cotidiano.
Agora, os minutos correm na direção do devir
e nada detém a marcha tirânica dos ponteiros
e o meu quinhão de tempo que parecia infinito
se escoa depressa sob o galope dos poentes.
Acordava cedo e os dias se arrastavam
orquestrados pelos ponteiros preguiçosos
dos relógios que viviam parados no tempo.
De repente, a engrenagem do sistema
começou a acelerar a barca das horas
e foi adulterando o panorama dos dias
pelo tricotar intenso do realismo cotidiano.
Agora, os minutos correm na direção do devir
e nada detém a marcha tirânica dos ponteiros
e o meu quinhão de tempo que parecia infinito
se escoa depressa sob o galope dos poentes.
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