Naquelas tardes, quando o céu escurecia,
eu aguardava à janela de frente para a rua
as primeiras gotas da precipitação outonal
para degustar o cheiro da terra molhada...
Quando meus olhos veem um nuvem escura
em conjunto com outras, formando um tapete
desencadeador de borrascas vespertinas,
meu espírito reporta-se à época da minha janela...
Sempre que sinto o cheiro de terra molhada,
um turbilhão de pensamentos vem à tona
e não importa o que eu esteja a empreender
porque acabo voltando àquelas tardes...
quinta-feira, 23 de julho de 2015
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Meu querido poeta e amigo Dilmar, que palavras delicadas e cheias de memórias, boas memórias...gosto do cheiro de terra molhada, mas o que sinto é mais memória afetiva, não um local exato, mas um a tontura boa, um sentimento de paz que me invade:
ResponderEliminar"Quando meus olhos veem um nuvem escura
em conjunto com outras, formando um tapete"
Como sou apixonado por nuvens, não resisti a estes versos.
ps.; Carinho respeito e abraço.
Querido amigo Jair Machado, também gosto muito de nuvens. Lembro-me de que quando era criança dava nome às nuvens, digo, aos desenhos que eles formavam, sobretudo nos dias chuvosos, quando ficava à janela olhando para o céu encoberto.
EliminarObrigado pela visita. Um abração. Tenhas um ótimo fim de semana.
Haha, querido amigo, eu sei o que é esse cheirinho de terra molhada! Sentia quando adolescente, depois nunca mais, tenho saudades!! Nossa mente guarda cheirinhos especiais, não é só a visão que tem o privilégio de nos lembrar de certas coisas. Existe uma flor branca que não sei o nome, mas que só a encontro na época em que vou ao cemitério, cheiro delicado!
ResponderEliminarGosto dos temas que você traz ao blog, dá vontade de relatar tantas coisas!
Abraços, Dilmar!
Prezada amiga Tais, realmente, nossa memória guarda os aromas da infância, os quais ficaram interseccionados a muitos eventos daquela época. E toda vez que somos cutucados por algo relacionado com aquelas memórias é como se caísse a cortina que divide a realidade objetiva da realidade subjetiva.
EliminarObrigado pelo comentário. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
Boa noite amigo.
ResponderEliminarÉ sempre um gosto lê-lo.. Fabuloso poema. Parabéns
Beijinhos
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Amiga Cidália, obrigado pela deferência. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarO cheiro da terra molhada mexe muito comigo.
ResponderEliminarBeijinhos
Acróstico
ResponderEliminarÀ chuva
Como era tão intenso aquele cheiro
Havia nele um quê de odor saudade
Era como enchesse o planeta inteiro
Indicando a terra cheia de umidade.
Regando a terra, a chuva lacrimosa
Ordenha nuvens demais benfazeja
Deitando lágrima nessa terra porosa
Esperemos que assim sempre seja.
Terra molhada evoca as lembranças
Enclausuradas no fundo da mente
Revemos os folguedos das crianças
Recordamos o bom de antigamente.
Ah, que saudade da terra molhada
Meu pensamento se perde por ela
Os olhos que veem a nuvem opada
Lá estão lembrando a velha janela.
Hoje a chuva molha apenas asfalto
Ali onde terra tempos atrás existia
Do cheiro anterior, agora só assalto
Assim nesta vida de alguma alegria.
Que expressivas palavras de imensa beleza. Uma feliz noite com um maravilhoso domingo.
ResponderEliminarOlá Dilmar.
ResponderEliminarCheiro de terra molhada, doce lembranças, como é bom recordar. Um abençoada semana. Beijos.