Ontem à noite desliguei a tv
para ouvir o som da chuva,
esses momentos especiais
custam-me passar batidos
A peculiaridade sonora da chuva
deslisando sobre as lacunas
da composição tempo/espaço
soou-me o efeito de um mantra.
Não sei quanto tempo durou
a chuva na noite de ontem,
por certo o tempo necessário
para a alma conectar o divino.
quarta-feira, 26 de abril de 2017
segunda-feira, 24 de abril de 2017
PALAVRAS
Às vezes, ainda lembro
de um episódio antigo
que me causou espécie
durante algum tempo.
Havia um cidadão,
leitor de almanaques,
que vivia a recitar
frases espirituosas...
E eis que , um pérola
dita pela criatura
causou-me o efeito
de náusea mal resolvida
Mas o rei tempo é um bálsamo:
esponja das angústias da existência;
um rio que corre para o infinito
serenando as inquietudes da alma...
Hoje quando relembro do adágio:
a morte é um momento poético
penso que se reencontrasse
o mentor daquele discurso
talvez lhe dissesse isso:
saberemos se a morte é bela
no momento da nossa passagem!
de um episódio antigo
que me causou espécie
durante algum tempo.
Havia um cidadão,
leitor de almanaques,
que vivia a recitar
frases espirituosas...
E eis que , um pérola
dita pela criatura
causou-me o efeito
de náusea mal resolvida
Mas o rei tempo é um bálsamo:
esponja das angústias da existência;
um rio que corre para o infinito
serenando as inquietudes da alma...
Hoje quando relembro do adágio:
a morte é um momento poético
penso que se reencontrasse
o mentor daquele discurso
talvez lhe dissesse isso:
saberemos se a morte é bela
no momento da nossa passagem!
sexta-feira, 21 de abril de 2017
SE A HISTÓRIA NÃO MENTE ELE FOI O CARA
Nossos sentidos moram no presente
já que o futuro, sabemos, é utópico.
Entretanto, o retrovisor do pretérito
pode, vez que outra, ser espelho.
E por falar em espelho, recuemos
um tanto, à época do Brasil Colônia
e reverenciemos o nosso mito:
Joaquim da Silva Xavier.
Por vezes pode ser perigoso
ater-se a um passado distante,
mas a válvula aqui é sintomática
ante as misérias do aqui e o agora.
Numa terra onde faltam heróis
mas sobram mesquinhos e crápulas
o bom exemplo deve ser lembrado:
Joaquim, tu és uma referência limpa!
já que o futuro, sabemos, é utópico.
Entretanto, o retrovisor do pretérito
pode, vez que outra, ser espelho.
E por falar em espelho, recuemos
um tanto, à época do Brasil Colônia
e reverenciemos o nosso mito:
Joaquim da Silva Xavier.
Por vezes pode ser perigoso
ater-se a um passado distante,
mas a válvula aqui é sintomática
ante as misérias do aqui e o agora.
Numa terra onde faltam heróis
mas sobram mesquinhos e crápulas
o bom exemplo deve ser lembrado:
Joaquim, tu és uma referência limpa!
quarta-feira, 19 de abril de 2017
DIA DE ÍNDIO
Meu pai gostava da palavra indiada,
costumeiramente a inseria na conversa.
Eu que ainda não conhecia o significado
pensava em mil coisas distante do sentido.
Quando soube o significado do vocábulo
o teor impactante do termo foi diminuindo
até desaparecer por completo o entusiasmo
que a palavra causava nos ouvidos do infante
Mas meu pai continuava falando indiada
Dizia que a aluzão era uma homenagem
aos nossos parentes espalhados por aqui:
índio, elemento nativo da mestiçagem.
costumeiramente a inseria na conversa.
Eu que ainda não conhecia o significado
pensava em mil coisas distante do sentido.
Quando soube o significado do vocábulo
o teor impactante do termo foi diminuindo
até desaparecer por completo o entusiasmo
que a palavra causava nos ouvidos do infante
Mas meu pai continuava falando indiada
Dizia que a aluzão era uma homenagem
aos nossos parentes espalhados por aqui:
índio, elemento nativo da mestiçagem.
segunda-feira, 17 de abril de 2017
MACHADO DE ASSIS
Já me chamaram de passadista,
piegas, nada a ver, ultrapassado,
porque gosto de ler os autores
formados na escola de Machado.
Minha percepção, ávida e inquieta
ainda não encontrou nas nossas letras
autores que superem o elevado padrão
presente no bruxo do Cosme Velho.
Antigo, clássico, dito fora de moda,
porém, bem difícil de ser superado.
Enquanto a caravana crítica passa
continuarei lendo mestre Machado
piegas, nada a ver, ultrapassado,
porque gosto de ler os autores
formados na escola de Machado.
Minha percepção, ávida e inquieta
ainda não encontrou nas nossas letras
autores que superem o elevado padrão
presente no bruxo do Cosme Velho.
Antigo, clássico, dito fora de moda,
porém, bem difícil de ser superado.
Enquanto a caravana crítica passa
continuarei lendo mestre Machado
quinta-feira, 13 de abril de 2017
TRISTEZA
Há quem diga, aqui na Banania,
que já não vale a pena ser honesto,
pois a honestidade está fora de moda,
e a "esperteza" agora é a bola da vez.
Ah, se a moda pega, dirão daqui a pouco
que o crime ( sobretudo, à sorrelfa)compensa.
Eis a dura, triste e vergonhosa realidade
a qual estamos submetidos, contrafeitos.
que já não vale a pena ser honesto,
pois a honestidade está fora de moda,
e a "esperteza" agora é a bola da vez.
Ah, se a moda pega, dirão daqui a pouco
que o crime ( sobretudo, à sorrelfa)compensa.
Eis a dura, triste e vergonhosa realidade
a qual estamos submetidos, contrafeitos.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
QUE BOM! QUE BOM! QUE BOM!
Ainda era verão,
e uma brisa leve
ventilava o rosto
da tarde nublada
A gente olhava
para o algodoal
cobrindo o céu,
ficava matutando
na volta do calor,
sugerindo sombra,
picolé de groselha,
banho na água fria.
A gente ficava pensando
no outono que não vinha,
no inverno ainda distante,
no frio dormindo no polo,
nos cenários dos filmes
rodados nos países nórdicos
De repente, despertava do devaneio:
que bom, é outono!
e uma brisa leve
ventilava o rosto
da tarde nublada
A gente olhava
para o algodoal
cobrindo o céu,
ficava matutando
na volta do calor,
sugerindo sombra,
picolé de groselha,
banho na água fria.
A gente ficava pensando
no outono que não vinha,
no inverno ainda distante,
no frio dormindo no polo,
nos cenários dos filmes
rodados nos países nórdicos
De repente, despertava do devaneio:
que bom, é outono!
quinta-feira, 6 de abril de 2017
AQUELA RUA E EU
Hoje passei por uma rua
por onde não andava
há uns quarenta anos.
Mas ao cruzar por ali
não tive olhos
para as coisas do tempo
Quem sabe,
o espírito do pretérito,
protegido da curiosidade,
jogou névoa na memória
do caminhante apressado.
Autômato e bucéfalo,
sob o overdose do presente,
já não lembro do ontem.
É provável que muita coisa
haja alterado neste interregno.
Porém o que conjecturo
é que se houve mudança,
quem mudou, de fato:
eu ou a rua?
por onde não andava
há uns quarenta anos.
Mas ao cruzar por ali
não tive olhos
para as coisas do tempo
Quem sabe,
o espírito do pretérito,
protegido da curiosidade,
jogou névoa na memória
do caminhante apressado.
Autômato e bucéfalo,
sob o overdose do presente,
já não lembro do ontem.
É provável que muita coisa
haja alterado neste interregno.
Porém o que conjecturo
é que se houve mudança,
quem mudou, de fato:
eu ou a rua?
segunda-feira, 3 de abril de 2017
POIS, ENTÃO!
O ar ameno destas tardes
suscitam-me suaves lembranças
de um tempo que andava lento
tão lento que gente até pensava
que por séculos seria criança
Mas um dia, de repente, o susto:
puxa, agora, justo agora, sou adulto!
suscitam-me suaves lembranças
de um tempo que andava lento
tão lento que gente até pensava
que por séculos seria criança
Mas um dia, de repente, o susto:
puxa, agora, justo agora, sou adulto!
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