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terça-feira, 19 de junho de 2018

AÇÃO E INAÇÃO

Quando eu contornava
o fim do parque,
onde começava a floresta,
praticando meu cooper,
via um homem parado,
olhando na minha direção.

O sujeito me impressionava,
porque naquela época,
eu era um jovem inquieto,
andando de um lugar a outro,
abduzido pelo movimento.

Quando eu passava por ali,
via o homem inerte, feito estátua.
De início aquilo não me incomodava,
mas depois de algum tempo,
veio-me um estado de angústia.

Curioso, um dia abordei o homem
e perguntei-lhe o que ele pensava
sobre o meu  exercício
Daí, ele perguntou que atividade eu praticava
- então perguntei: não me vês passando por aqui,
sempre aos finais de tarde?
- Ora, nunca havia percebido, pois cuido do meu mister.
- Mas o que tu fazes aí parado, sem ver as coisas à tua volta?
-  Bem, depois do trabalho, eu exercito, por algum tempo, a arte de ouvir o silêncio

7 comentários:

  1. Fantástico o seu poema:))

    Hoje:- Não será solidão por estar sozinha.

    Bjos
    Votos de uma óptima Terça-Feira

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  2. Se você perguntou,
    o homem respondeu
    se é que não hesitou
    a resposta percebeu?

    Tenha uma boa tarde caro amigo poeta Dilmar.
    Um abraço.

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  3. Alguns poetas ouvem estrelas, esse homem, provavelmente, era mais que poeta. Belo poemeto, como sempre.

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  4. Amei ler, nossa, sabe que muitas vezes eu fico assim, "olhando sem ver", sair de nós mesmos e não ver mais nada, uma ótima forma de "ouvir o silêncio"!
    Abraços querido poeta Dilmar!

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  5. Maravilhoso, não imaginava um final com tanta sabedoria. Como é bom ouvir o silêncio!
    Um abraço e bom final de semana.

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  6. Nossa, essa é ótima, eu adoro o silêncio, preciso dele, acalma, me encontro. Tem gente que não suporta, precisa ouvir alguma coisa as 24 horas. Acho isso triste...
    Abraço!

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