O meu ser chora
todos os dias dois
de cada mês do ano,
pois foi num dia dois
que o meu filho partiu.
A saudade é tanta
que as lágrimas brotam
das vertentes da alma
até transbordarem
no rio da lembrança.
Há muitos anos
eu lia Ernesto Sábato,
numa passagem do livro
"Sobre Heróis e Tumbas"
onde ele descrevia a dor
de um pai que perdera o filho,
parado em um parque de Montevidéu.
Hoje revejo mentalmente
aquele homem triste
e percebo a real diferença
entre ficção e realidade
apesar de às vezes,
ambas se confundirem;
entretanto, a dor é terrivel
na carne de quem a sente.
Eu sei que essa saudade
vai me acompanhar
ao longo dos dias
e o futuro a Deus pertence,
o nosso destino está traçado,
mas dele nada sabemos.
O modelo dos homem
falou um dia:
"até os teus cabelos estão contados"
e "há um tempo para tudo"
mas só o pai sabe o dia e a hora.
terça-feira, 2 de março de 2010
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Dilmar, meu querido
ResponderEliminarVocê fala de dor. Não tenho elementos para acrescentar nada. Nem posso. Nem devo.
Mas você fala também de tempo... Aí, já tenho coragem de ousar: o tempo de Deus, meu querido, não é o tempo do homem...Seu consolo chegará!
Um abraço preenchido de respeito...