João da Silva
roubou o discurso
de um candidato de primeira eleição
e comeu o pão que o Diabo amassou;
em meio às agruras do Presidio Central,
desejou o suicídio, mas , adaptável por
excelência, como todo homem, João
acabou assimilando o trato da casa.
Quando João obteve a liberdade
viveu o inferno discriminatório.
Na condição de ex-presidiário
lhe faltou o afeto, o emprego, o pão...
Revoltado, João roubou a caneta do Prefeito
e foi preso pela 2ª vez,
e reencontrou os antigos colegas,
a moradia e um pouco de comida;
mas logo foi solto.
E veio a miséria, a fúria, a raiva...
Sob o império da fome, com o olhar lacrimejante,
João babava, sonhando com a ração servida na cadeia,
mas entre o delírio e a realidade
se sobrepunha o cansaço, a loucura e a neurose.
Desesperado, numa noite, João juntou as poucas forças
que ainda lhe restavam, invadiu o Presídio
e matou o carcereiro.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Que tema oportuno você escolheu, amigo Dilmar...
ResponderEliminarE desenvolveu um belo poema!
É preciso pensar também no social!
Não podemos nos reduzir a flores e borboletas...
Grande abraço, meu amigo, todo revestido de gratidão pelas visitas!