Ainda lembro de mim à janela
esperando as andorinhas.
De repente o céu ficava escuro,
o vento, forte, soprava do sul,
as andorinhas voavam para o leste
e eu antegozava o cheiro da chuva.
Era questão de tempo e a água descia.
Eu de alma lavada esquecia do mundo.
Outras vezes, nas manhãs ensolaradas,
as andorinhas faziam o ensaio da chuva.
Então, a gente sabia que iria chover,
e ainda que a meteorologia dissesse o oposto
naqueles dias sempre acabava chovendo.
Hoje, descendo a ladeira da vida,
ouvindo as previsões anunciar
que uma frente fria trará chuva,
debruçado em outra janela,
lembro do passado e falo
com a criança que eu fui:
são as andorinhas que trazem chuva!
Viver é um dom!
Há 1 mês