Em 22 de janeiro de 1922 nascia um menino
em Carazinho, interior do Rio Grande do Sul,
que iria marcar de forma indelével
a história do nosso estado.
Não gosto de falar de política,
por que este quesito, por vezes,
pode ferir suscetibilidades.
Também não costumo cantar loas
a nenhum político de carreira.
Não tenho preferência partidária.
Inclusive me recuso a votar
nesse jogo de cartas marcadas,
enfim, política não mesmo minha praia.
Mas por necessidade da minha consciência,
hoje reporto-me à memória
de um nacionalista, de um patriota,
que conduziu por toda a vida
a bandeira das causas populares,
que acima de tudo, brigou
por um Brasil para os brasileiros.
Tio Briza, como é chamado aqui no sul,
foi deputado estadual,
prefeito de Porto Alegre,
governador do estado,
viveu duas décadas no exílio
e foi governador do Rio de Janeiro.
Trabalho era o seu lema.
Pioneiro da Reforma Agrária no Brasil,
criou o primeiro assentamento de terras,
loteamento do Banhado do Colégio,
produtivo até hoje, cinquenta anos, após a fundação.
Construiu quatro mil escolas populares,
que o povo as chamavam de Brizoletas.
Antes das Brizoletas, no interior do nosso estado,
os estudantes das primeiras classes, às vezes caminhavam
de cinco a dez kilometros até a sala de aula,
então, Brizola levou a escola aos alunos.
Nacionalizou as companhias
de energia elétrica e de telefonia,
empresas americanas sucateadas,
e as preparou para atender as demandas
daquela época.
Comandou, em 61, a Campanha da Legalidade,
suporte para a posse de Jango.
Construiu o Sambódromo no Rio de Janeiro.
Resgatou o projeto do nobre baiano, Anísio Teixeira,
educação de turno integral, com a criação dos Cieps.
Nós, que crescemos acompanhando
a trajetória deste líder nato,
possivelmente, escapamos, às vezes, à razão
e acabamos navegando nas águas
do lago emotivo, mas não tem jeito,
preciso dizer: obrigado Leonel de Moura Brizola!