Hoje, eu acordei pensando
na velocidade do giro
da roda do mundo;
parce que tudo está passando tão rápido
e, entre curioso e assustado, me pergunto:
onde foram parar as coisas de ontem?
Cadê o meu rosto imberbe,
cadê a minha voz suave,
cadê a minha des-canseira?
Cadê as minhas bolas de gude,
cadê as pedras de cinco-marias,
cadê a bola de meia,
cadê os gibis que eu lia,
cadê a Seleta em prosa e verso
e cadê os biscoitos que a minha vó fazia?
Cadê o meu velho pião
cadê o doce de goiaba de mamãe,
cadê a fogueira de São João,
as brincadeiras da escola
e o carrinho de lomba, então?
Cadê as galenas do meu tempo,
cadê as novelas do rádio,
cadê Jota bronquinha
cadê "Até depois de 2001"
do Flavio Alcaraz Gomes,
o maior de todos?
Cadê o staf esportivo da Guaíba
formado pelo Pedro Carneiro Pereira,
o Ruy, o Lauro, o Streck, o Amir, o Lasier,
o Lupi e o Antonio Augusto?
Cadê o Sergio Joickmann,
cadê "Dois minutos" com Ivete Brandalise,
cadê Fernando Veronesi
e a Música da Guaíba?
cadê o "Bric-a-Brac da Vida",
cadê o "Caderno de Sábado"
do meu Correio do Povo?
Cadê o Diario de Notícias,
a Última Hora, a Folha Esportiva,
a Folha da Tarde, a Revista do Globo,
a Intervalo, a Manchete, a Placar
e o Pasquim?
Cadê, cadê, cadê?...
Viver é um dom!
Há 2 semanas