Tenho a impressão de que a primeira vez que entrei na Martins o Livreiro
era mês de setembro. Ainda lembro que chovia e era uma tarde meio
nublada, pouca fria, mas, que se transformou em pura magia, à medida
que eu viajava pelo universo encantado de livros que eu sabia apenas
o nome, mas nunca os vira antes na minha frente. Eu já era frequentador
da Livraria do Globo, visitante da Feira do Livro, mas nesses locais, naquele
tempo, não era comum a disposição de livros usados e velhos.
Hoje estou com a sensação
de mergulho às tardes juvenis;
das antigas horas passadas
no sebo da Rua Riachuelo,
" a Martins o Livreiro",
ao lado da Biblioteca Pública,
acho que a pioneira
no comercio de livros usados
e raros em Porto Alegre.
Lembranças de prazeres
gravados na alma...
o tatear de velhas páginas
e o cheiro emanado das folhas
dos alfarrábios...
algo que palavras não traduzem.