Eu era criança
e fiquei chocado
quando soube
que gerra civil
significava matança
entre irmaos
de um mesmo país.
Foi quando me disseram:
menino, fique tranquilo;
jamais vai acontecer
guerra civil aqui
por que a nossa gente
é ordeira, pacífica e cristã.
Mas em Mil Novecentos e Sessenta e Um
durante a capanha da Legalidade,
fiquei sobressaltado
quando as forças reacionárias
tentaram impedir a posse legal
de João Goulart à presidência da república,
mas para o bem da nação, naquele momento,
o evento teve um final feliz.
Em Mil Novecentos e Sessenta e Quatro,
senti muito medo,
ante a possibilidade de guerra,
porém o presidente foi embora,
evitou o choque
e não houve derramamento de sangue.
Em seguida veio a noite dos generais,
as torturas cruéis e vidas ceifadas
pela guerra civil silenciosa;
a imprensa amordaçada não podia falar
dos crimes daqui
Os censores nas redações dos jornais
controlavam quase tudo
e permitiam apenas, as noticias das guerras lá de fora...
O tempo passou e os generais retornaram aos quartéis
e a gente pensou que as asas da liberdade
voltariam para ficar, para sempre,
sobre as nossas cabeças,
mas parafraseando a letra do samba do Paulinho da Viola,
liberdade, foi um sonho que passou em nossas vidas...
Se nos anos sessenta e setenta
o sagrado direito de ir e vir
nos foi confiscado, muitas vezes,
pelas arráias miúdas do sistema,
hoje, trancados em nossas casas
somos prisioneiros do medo.
A via pública foi tomada
por indivíduos intinerantes
à margem da lei.
Estamos sob à guerra civil.
Viver é um dom!
Há 2 semanas