Eu era criança
e fiquei chocado
quando soube
que gerra civil
significava matança
entre irmaos
de um mesmo país.
Foi quando me disseram:
menino, fique tranquilo;
jamais vai acontecer
guerra civil aqui
por que a nossa gente
é ordeira, pacífica e cristã.
Mas em Mil Novecentos e Sessenta e Um
durante a capanha da Legalidade,
fiquei sobressaltado
quando as forças reacionárias
tentaram impedir a posse legal
de João Goulart à presidência da república,
mas para o bem da nação, naquele momento,
o evento teve um final feliz.
Em Mil Novecentos e Sessenta e Quatro,
senti muito medo,
ante a possibilidade de guerra,
porém o presidente foi embora,
evitou o choque
e não houve derramamento de sangue.
Em seguida veio a noite dos generais,
as torturas cruéis e vidas ceifadas
pela guerra civil silenciosa;
a imprensa amordaçada não podia falar
dos crimes daqui
Os censores nas redações dos jornais
controlavam quase tudo
e permitiam apenas, as noticias das guerras lá de fora...
O tempo passou e os generais retornaram aos quartéis
e a gente pensou que as asas da liberdade
voltariam para ficar, para sempre,
sobre as nossas cabeças,
mas parafraseando a letra do samba do Paulinho da Viola,
liberdade, foi um sonho que passou em nossas vidas...
Se nos anos sessenta e setenta
o sagrado direito de ir e vir
nos foi confiscado, muitas vezes,
pelas arráias miúdas do sistema,
hoje, trancados em nossas casas
somos prisioneiros do medo.
A via pública foi tomada
por indivíduos intinerantes
à margem da lei.
Estamos sob à guerra civil.
terça-feira, 30 de novembro de 2010
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A avaliar pelas imagens que chegam, o cenário parece de guerra, mesmo! Esperemos que a persistência das forças de Segurança consiga cortar a cabeça do "polvo".
ResponderEliminarUm beijo
Impressionante, Dilmar, como tu nos dás o resumo exato de tudo!
ResponderEliminarÈ lamentável o que acontece!
Muito lamentável!
E apavorante...
Já vimos cada coisa, não?
Importantes versos, meu amigo, grande poeta.
Bravo!
Enorme abraço...
É interessante como você transforma tudo em poesia...
ResponderEliminar1000!
B-Jos.
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ResponderEliminarAbraço,
v
É a pior guerra civil que conheço, essa que não é, mas mata como se fosse, dá prejuízos morais, econômicos e humanos. Que nos transforma em prisioneiros em nossas próprias casas, vítimas dentro de nossos carros, e nos faz temer pela vida de nossos filhos como se fossem soldados que não sabemos se voltarão de noite para casa sãos e salvos.
ResponderEliminarTua poesia denuncia e registra essa situação que existe, mas não existe, e no entanto, precisa de todas as forças instituídas do país para ser controlada.
Que Deus nos ajude.
Parabéns pela poesia.
Beijokas.
Amigas, obrigado pelas visitas e obrigado também pelas palavras de estímulo e de carinho.
ResponderEliminarUm grande abraço a todas.