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segunda-feira, 30 de abril de 2018

MISÉRIA

Eu sonhava que sorria
e sorrindo ia à rua
Era um riso largo
que incomodava os transeuntes,
perturbava o mundo carente de risos,
irritava o homem de terno cinza
e rosto crispado, que olhava para os lados.
Mas a alegria foi desaparecendo
à medida que eu me aproximava
do centro da cidade
e deparava-me com a miséria
exposta diante dos olhos;
uma miséria diferente
da miséria descrita pelos jornais
e daquela embalada na tv
para a obtenção de pontos no Ibope.
Era a miséria crua, estampada
no rosto dos analfabetos,
na fisionomia dos gatunos,
nos olhos dos corruptos,
nos gestos dos políticos,
nas artérias deste tempo...

10 comentários:

  1. Bom dia. Mas isso ainda admira alguém?
    Infelizmente esse é o nosso olhar de todos os dias.

    * . Cigarro que mata ...na forma consciente *
    .
    Deixando um abraço

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  2. A miséria que nos cerca é aviltante, vergonhosa e injusta. Ninguém a merece. Parabéns pelo excelente poemeto.

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  3. Meu amigo o tempo nos trás saudades por isso estou aqui
    para desejar uma semana abençoada .
    Um abraço felicidades sempre.

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  4. Que bonito!! Gostei da cadência, das verdades, da construção do poema!
    Um feliz fim de semana, nós ainda podemos ter, outros não, infelizmente.
    Abraço!

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  5. Olá Dilmar, é triste a miséria conseguir apagar um sorriso largo, mas, infelizmente é a nossa realidade. Gostei dos versos, alás um grito oportuno!

    Votos de uma feliz e produtiva semana!
    Abraço!
    Se puder visite:
    http://preenchendootempo.blogspt.com.br
    Agradeço desde já a visita.

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  6. Esta é a verdadeira miséria humana:
    "Era a miséria crua, estampada
    no rosto dos analfabetos,
    na fisionomia dos gatunos,
    nos olhos dos corruptos,
    nos gestos dos políticos,
    nas artérias deste tempo... "
    ps. Carinho respeito e abraço.

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  7. Lembrei desse seu poema quando escutei o Armando Burd falar hoje na rádio Pampa. Você lembra como era nossa Rua da Praia? Dilmar, não dá mais para trafegar, é o calçadão dos buracos, os ambulantes tomaram conta, lei não existe, os assaltantes estão por lá, na espreita dos celulares. Não é só sujo, está vergonhoso. Seu poema retrata muito bem essa nossa agonia. Esse descaso da prefeitura. Lá trafegam os que trabalham no centro. Outros, nem sonham passar por lá.
    Abraço, Amigo!

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  8. Saudade poeta muitas saudades estive acidentado mas sobrou um poico da almas e uma parte do corpo - bijos po[eticos

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