No dia das eleições,
os votos entraram de greve
a ao contrário dos movimentos
orquestrados pelos sindicatos,
os votos estavam quietos.
Os candidatos nervosos,
falavam coisas desconexas,
prometiam mandatos decentes,
procuravam vender a impressão
de honestidade repentina.
As horas foram passando,
as urnas estavam vazias,
os candidatos foram às ruas
tentando adular os votos.
Foi um festival de cartazes,
faixas, bonés, camisetas,
música, doces e mimos,
mas os votos permaneciam escondidos.
Lá pelo meio da tarde
os candidatos desesperados, apelaram;
foram atrás da polícia,
pediram que a lei prendesse os votos.
Àquela altura do evento,
apareceu a mídia de fora
para ver o confronto de perto.
A força repressiva diante dos holofotes,
constrangida, decidiu:
não vamos achincalhar nossa imagem!
Ficaram de braços cruzados..
Veio o dia seguinte.
A mídia não tocou no assunto.
As manchetes dos jornais mostravam
as obras dos estádios da Copa.
Os cargos de prefeitos vacantes.
Os votos trocavam mensagens pela internet:
melhor não termos governantes
do que entrarmos na onda daquela casta!
A imprensa ianque presente
no dia da greve branca
também não abordou a questão.
Preocupada com a eleição americana,
que acontecerá logo ali adiante,
discorreu sobre futebol, samba e mulata.
Os jornalistas gringos concluiram,
que apesar do episódio sui-generis
ter ocorrido num país terceiro mundista
o reflexo daquilo poderiam embaçar
os projetos de Obama e Romney,
pois vai que a moda pega...
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
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Bem que os votos poderiam mesmo fugir no domingo. Assim não teríamos que compactuar com esta politicagem nojenta. Um texto super bem escrito. Fantástico amigo Dilmar.Beijos e uma boa noite.
ResponderEliminarGracita
Obrigado Gracita. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarA personificação dos votos e a sua justa indignação perante a argúcia, a mentira e a corrupção.
ResponderEliminarUm beijo
Obrigado amiga Lídia. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarTambém acho.
ResponderEliminarAs pessoas deveriam dizer não para este eleição .
Os candidatos passarem por um exame psicológico e as pessoas por um teste de competência.
Beijos!!
Obrigado amiga Janice. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarPois é, infelizmente não temos boas opções, novamente...mas, vamos votar com consciência e discernimento, já que sequer temos a opção de não votar! Por ser obrigatório, o voto já deixa de ser democrático! Adorei o poema, amigo Dilmar!!
ResponderEliminarBeijinhos!!♥
Muito bom.
ResponderEliminarDil,
ResponderEliminarAmo teus versos sobre nossa fantástica e sofrível realidade. Este poema ficou demais meu querido! Sua criatividade merece todo reconhecimento e honra. Gr. Bj. e um final de semana super pra ti!
Sempre há uma atmosfera de expectativas por esses dias... Por mais que somos desanimados ainda confiamos que pode ser melhor...
ResponderEliminarbjsMeus*
Catita
Estimado, Dilmar Gomes.
ResponderEliminarNeste País, onde tudo se mistura, nada mais salutar do que viver e conviver, com as adversidades. Essa é a grande sacada na pluralidade de pensamentos e comportamentos.
Adorei a sua narrativa poematizada. Grato, por ter passado no meu blogue. Enobreceste aquele espaço. Tenha um fim de semana, muito bom. Abraços
Sua criatividade é esplêndida! E esse poema, então, vc se superou. Imagine se se tornasse real, do jeito q os candidatos são ávidos pelo poder e dinheiro, seria desesperador para muitos. Hilário! Muita paz!
ResponderEliminaresperemos que algo possa mudar no mundo pois não esta fácil para ninguém
ResponderEliminarbeijos
Olá amigo,bom dia!
ResponderEliminarApós longa ausência por motivos alheios à minha vontade, estou de volta para apreciar suas magníficas postagens.
Aproveitado pra deixar meus votos de uma ótima semana.
Abraço e apareças.
AGRADEÇO A VISITA E O COMENTÁRIO EM AS "LETRAS QUE SE MOVEM" PELO MUNDO CONTANDO UM POUCO DA MINHA ESTÓRIA. ÓTIMA SEMANA!
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