Dentre as pessoas
que conheceram minha mãe,
poucas, bem poucas, sabiam
que Maria era o seu nome.
Minha mãe foi batizada
com o duplo nome
de Maria Eva,
mas no círculo familiar,
por economia de palavras,
chamavam-na apenas de Eva.
Mamãe crescia
e era Eva pra cá,
Eva pra lá.
Parece que ninguém lembrava
de também chamá-la de Maria.
À época de mamãe ira para a escola,
lá por volta de Mil Novecentos e trinta,
meu avô a registrou no cartório.
O velho ditou o nome composto,
mas o tabelião, surdo como uma porta,
não ouviu o segundo nome.
Então, na certidão de nascimento
ficou grafado o nome de Maria.
Mesmo assim, continuaram
chamando de Eva.
Um dia, meu pai a conheceu,
se por apaixonou por Eva,
mas no dia do matrimônio,
soube que casava com Maria.
Quando mamãe morreu
foi aquela confusão.
Os convidados à cerimônia fúnebre
chegavam ao local do velório,
procuravam o nome dela
no quadro informativo
fixado à entrada das capelas
e não encontravam nenhuma Eva.
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
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É comum acontecer isto. Tenho uma amiga que o nome dela é Maria de Fátima por uma promessa e todos chamava-a de Marizinha. O nome de minha mãe é um e ninguém conhece pelo nome verdadeiro.
ResponderEliminarBeijos!!!
Janice, obrigado pelas visitas permanentes ao meu modesto espaço. Um abração. Tenhas um lindo dia.
EliminarAs situações constrangedoras que um surdo, no lugar errado, pode causar!
ResponderEliminarUm beijo
Lídia, obrigado pela visita. Um abraço daqui do sul do Brasil.
EliminarQue confusão poética sobre o nome quase nome composto de sua mãe(?) Dilmar. Penso que de algum modo foi até bom... rsr afinal no dia da morte, pode ser que tenha ido apenas a Maria, Eva ficou por aqui inspirando poemas! Gr. Bj. meu amigo!
ResponderEliminarObrigado amiga Cris. Sabes que eu sempre chamei minha mãe pelo nome correto. Também não gostava que a chamassem de Eva.
ResponderEliminarUm abração. Tenhas um lindo dia.
Como acontece aqui em Portugal
ResponderEliminarSe fala da crise, um grande problema
Para economizar afinal
Os responsáveis fogem ao tema!
Seu nome Maria
Eva apelido
Pouca gente o sabia
Mas não era proibido!
Só para economizar
Pelo nome de Eva se chamava
O de Maria não se pronunciar
Mas do registo ele constava!
Obrigado pela visita,
boa quinta-feira, aqui da região de Lisboa
para o sul do Brasil, um abraço.
Eduardo.
Eduardo, meu amigo lusitano, obrigado pela visita poética. Abração daqui do sul do Brasil.
EliminarObrigada pela visita Dilmar! Eu acho demais esse dom que certas pessoas têm de fazer poesia com as coisas mais comuns. Abraços e uma boa tarde!
ResponderEliminarObrigado querida. Volte sempre que quiser . Este espaço pertence aos amigos. Tenhas um bom final de quinta-feira.
EliminarDilmar, quando se registra um nome é preciso mesmo observar bem,pois o meu marido se chama Leonardo, mas foi registrado Leonaldo,com "l" no lugar do "r", mas acredito que não causará problemas?!
ResponderEliminarBom texto amigo, aos poucos vamos te conhecendo cada vez melhor, isso é bom, eu acho!
Abraços amigo querido e fico sempre feliz com suas visitas e comentarios lá nos meus blogues!!!
Obrigado amiga Ivone. Eu também tuas visitas permanentes a este espaço. Um abraço. Tenhas um bom final de quinta-feira.
ResponderEliminarMeu querido amigo adorei ler seu poema
ResponderEliminaré assim mesmo quantas pessoas a gente
conhece por um nome. e tem outro, são
coisas da vida...Mas adorei mesmo
Deixo aqui um abraço carinhoso
Bjuss
Rita!!!!
Obrigado Rita. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarQue saudade da minha mãe!!
ResponderEliminarUm abração Lola, também sinto saudade eterna da minha mãe. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarDilmar Gomes!!!
ResponderEliminarDizer que gosto de seu blog é pouco,eu amo seus poemas,seus textos.
Tenho passeado por aqui e me encanto sempre que venho.
Hoje me fez lembrar minha mãe,e com muita saudade.
Engraçado como a gente presisa ,como faz bem,através de poemas lembrar pessoas queridas,nos sentimos melhor...mais confortados.
Dilmar receba meu mais sincero abraço
e Parabens por tanta sensibilidade...és muito amoroso,
meu amigo.
vera portella
Verinha, obrigado pelas palavras carinhosas. Um abração. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarOlá Dilmar querido,
ResponderEliminarAntigamente, era muito comum e corriqueiro acontecer o que você narra em seu poema: as pessoas registravam os filhos tempos depois de nascidos.
Conheço casos, em minha própria família, em que uma tia teria nascido dois meses antes do que fora registrado no Cartório.
Mas, a lembrança de sua mãe, com o nome registrado de forma incompleta ou não, deixou seu poema com um gostinho de saudades...
Grande beijo, amigo.
Maria Paraguassu.
Amiga Paraguassu, minha mãe tinha bar/armazém, e, às chegava a entrega das mercadorias e a pessoa olhava o nome dela na nota e dizia: Dona Maria, eis a sua entrega, mas, às vezes, havia no recinto algum freguês, o qual conhecia minha mãe por Eva, então, era aquele espanto....
EliminarObrigado pela visita minha amiga. Tenhas um lindo fim de semana.
De toda essa confusão nasceu um lindo texto e com certeza, uma doce lembrança ao poeta. Abraços amigo.
ResponderEliminarObrigado amiga Regina. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarOi Dilmar...
ResponderEliminarQue bacana este teu poema falando da historia da sua mae.
Lindo mesmo...
bj
Obrigado querida. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarHoje com o coração muito apertado
ResponderEliminarcom a alma triste pelo afastamento
do menino poeta enamorado da (LUA)
Um poeta que conta as estrelas
da sua janela .
Vai deixar uma grande lacuna não só
no meu coração.
Mais a todos que ama seus poemas
e o carisma que trata todos nos.
Minha homenagem ao meu maior idole
esta na postagem.
Vai se afastar sim:deixando seu livro
um grande legado para quem conseguiu um exemplar.
E seu exemplo que jamais vou esquecer
Como esquecer de quem tanto me apoia
de quem eu tanto amo.
Virei poeta para homenagea-lo .
Um abençoado final de semana beijos paz e luz.
Evanir..
Amigo li seu poema com muita atenção.
Temos algo em comum.
Meu pai só chamava minha mãe de Maria quando na realidade o nome dela era Juraciy.
Ninguém sabia também o verdadeiro nome dela só não ouve engano no velório por estar somente ela naquele Dia triste da sua partida.
Evanir, obrigado pela tua visita. Um grande abraço. Tenhas um ótimo fim de semana.
EliminarDilmar
ResponderEliminarlindo poema, um maravilhoso final de semana,
beijinhos.
Obrigado Lúcia. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarOlá companheiro,
ResponderEliminarVim trazer meu abraço, lhe desejar um ótimo final de semana e não posso deixar de dizer que gostei dessa sua trova; criativa e, por sinal, muito bem escrita, meus parabéns!
Obrigado meu amigo, incentivador da boa leitura. Um abraço. Tenhas um ótimo fim de semana.
EliminarQue bacana tua história, super interessante mesmo e coincide com o meu nome, adorei saber, super bem escrita, imagino sua emoção em relembrar, obrigada por compartilhar, abraços e um excelente final de semana, Dilmar.
ResponderEliminarObrigado querida Eva. Pois é, minha era tua xára, pois ora era Maria, ora era Eva. Um abraço. Tenhas um lindo final de semana.
Eliminarantigamente pelo menos em Portugal acontecia muito, os nomes trocados ou pessoas chamadas por alcunhas,
ResponderEliminarbeijinhos
Pois é Luna, aqui no Brasil, ainda hoje se troca nomes. Às vezes, a gente conhece uma pessoa de muito tempo por apelido, mas desconhece o verdadeiro nome. Ah, eu tive um amigo, quando era jovem, que, durante o tempo em compartilhamos amizade, o conheci por Luciano, entretanto, quando ele mudou para outra cidade acabei descobrindo que o verdadeiro nome do meu amigo era outro. Obrigado. Tenhas um lindo fim de semana.
Eliminarlindos versos Dilmar, minha mãe também se chama Maria, um lindo nome... bjs
ResponderEliminarPois querida amiga, Maria é um nome muito usado entre os meus parentes, que são muitos. Meus país nasceram na década de vinte do século passado. Minha mãe teve mais de dez irmãos, meu pai, idem. Então, no meio de tanta gente havia várias Marias... Era Maria Antonia, Maria Zilda, Maria Helena, Maria Teresa, Mariazinha, Simplesmente Maria...
EliminarUm abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
Dilmar, adorei o seu cantinho! Peço permissão para ficar! Sigo-te!
ResponderEliminarhttp://pequenocaminho.blogspot.com
Obrigado Audrey. Este espaço pertence aos amigos. Volte sempre que quiser. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
EliminarOs tabeliães de antigamente faziam muita confusão ao registrar as pessoas, ou não ouviam, ou não entendiam. E como as pessoas eram registradas depois de grandes, podia fazer-se confusões incríveis, como no caso de sua mãe. Muita paz!
ResponderEliminarVerdade, amiga Denise. Atualmente, pelo menos, se houver erros, será dos pais, pois, geralmente os mesmos escrevem o nome do filho no momento em que vão registrar. Antigamente, principalmente nas pequenas cidades, nos lugarejos, pouca gente sabia ler, então, também nem sempre era possível conferir se o nome grafado na certidão estava correto. Um abraço. Tenhas um lindo fim de semana.
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