Quando eu era criança
esperava na minha janela,
antes da chuva,
a passagem das andorinhas.
De repente o céu ficava cinzento,
o vento soprava mais forte, vindo do sul
e as andorinhas revoavam na direção da praia,
eu antegozava os primeiros pingos de chuva.
Era questão de tempo e a água descia.
E eu de alma lavada, na minha janela,
esquecia-me do mundo.
Outras vezes, nas manhãs ensolaradas,
as andorinhas faziam o voo de ensaio da chuva
Então, a gente sabia,
que naquele dia iria chover
e mesmo que a metereologia afirmasse o contrário,
sempre acabava chovendo.
Hoje, descendo a rua
da ladeira da vida
ao ouvir as previsões
dos institutos climáticos,
que determinada frente fria
trará chuva,
eu escorado em outra janela
e olhando para o céu,
lembro do passado
e falo com a criança que fui um dia:
"São as andorinhas que trazem chuva!"
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
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Belíssimo poema, meu querido Dilmar!
ResponderEliminarEram as andorinhas que faziam as previsões meteorológicas: bons tempos!
Linda maneira você encontrou de nos relatar isso, do jeitinho da sua vivência: os passarinhos revoando na direção da praia, você
antegozando os pingos da chuva...
E você, de alma lavada, na sua janela...
Quanta falta nos faz, meu querido, nesta altura da vida, uma janela assim!
Bravo, poeta!
Você enfeitou o meu dia!
Forte abraço
Querido amigo,
ResponderEliminarTão singelo e ao mesmo tempo profundo teu texto.
Ter boas experiências na infância e lembrá-las deve ser reconfortante, mesmo que a vida traga depois dissabores, por vezes, maiores que nossa cálida alma, que então tem que desdobrar-se.
Teu texto é uma abraço, uma carinho,uma lembrança que não tive e "pego" emprestada.
Por isso, só posso dizer: obrigada!
Forte abraço
Amiga Zélia, fico feliz por você ter gostado deste poema, ele contém um pedacinho da minha alma. Obrigado pela visita. Volte sempre
ResponderEliminarUm grande abraço.
Amiga Anna, existem coisas que nos acompanham vida a fora, porque ficam no nosso coração. Que bom que você gostou. Obrigado pela visita. Volte smpre.
ResponderEliminarUm grande abraço.
Un emotivo poema envuelto en recuerdos y es que como bien dices amigo Dilmar , hay vivencias, momentos... que quedan grabados en el corazón, por siempre.
ResponderEliminarGracias por compartir y aunque me cuesta a veces entender , yo sigo tus pasos...
Un abrazo para ti
As letras representam muito. Em alguns momentos, rebeldia, indignação, em outros, mais nossos, um porto seguro, um amparo, um olhar que nos atende e entende.
ResponderEliminar.
Benditas sejam as letras e bendito seja tudo o que elas representam
.
Aqui cheguei, aqui voltarei...