A memória navegando nas lacunas pretéritas
retrocedendo nas areias do tempo-espaço,
vasculhando o bau esquecido no sótão memorial
recupero episódios que me escandalizaram
na época em que eu assimilava os códigos
que deveriam nortear a vida na norma moral.
Lembro-me da notícia lida no Correio do Povo
lá pelo ano de mil novecentos e sessenta e três:
Tio casa com a sobrinha apesar dos protestos
da família, da igreja, e da comunidade...
Pois então...
Pois não é que expedientes reprováveis
ganharam autonomia dentro do esquemão
chamado jeitinho brasileiro.
Aquele casamento entre tio e sobrinha, nos anos sessenta,
ocorreu em face do instinto animal,
entretanto, hoje acontecem casamentos do tipo
custodiado por homens idosos, solteiros, aposentados
com sobrinhas, empregadas, geralmente, jovens
com o fito de deixar as meninas aposentadas
pelo resto de suas vidas...
Eis o matreirismo tirando partido nas brechas da lei!
segunda-feira, 2 de março de 2015
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Meu caríssimo poeta e amigo Dilmar tocas numa seara que até os dias de hoje acontecem, e não longe de nossos olhos, casamentos por interesses egoístas, direitos que não são direitos, fazendo um rombo nas intituições, uma 'matreirice' que é do mal, pois quem por direito às vezes, nem chega perto desses dinheiros. Caro Dilmar, sempre bom de ler aqui, porque, além do teu texto em si, são as idéias que acabam se tornando teus textos. Meu amigo é sempre um prazer estar em tua companhia.
ResponderEliminarps. Carinho respeito e abraço.
Caro amigo Jair Machado, obrigado pelo comentário e obrigado pelo carinho de sempre. Um abração. Tenhas uma ótima semana.
Eliminar"Memorias" Um texto brilhante.
ResponderEliminarUma excelente semana.
Beijo
http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/
Cara amiga Cidália, obrigado pela visita de além-mar. Um abração daqui do sul do Brasil. Tenhas uma linda semana.
EliminarAmigo Dilmar, isso quando se casam. Hoje o homem simplesmente se apodera da mulher. Não existe mais romantismo. Os prazeres do corpo falam mais alto. Muita paz!
ResponderEliminarPois é amiga Denise, o romantismo acabou. As etapas de namoro, noivado foram substituídas pelo acasalamento direto.
EliminarUm abraço. Tenhas uma semana de paz.
Amigo Dilmar, isso quando se casam. Hoje o homem simplesmente se apodera da mulher. Não existe mais romantismo. Os prazeres do corpo falam mais alto. Muita paz!
ResponderEliminarMatreirice, é o que mais acontece, dá-se sempre a volta ao assunto, ou seja há lei,
ResponderEliminarboa semana
Zulmira, obrigado pela visita. Um abraço. Tenhas uma linda semana.
EliminarSoneto-acróstico
ResponderEliminarMalandragem brasileira
Bem, se há lei é para ser por mim usada
Razoável que somente em meu amparo
Aonde ela não me acrescenta mais nada
Sigo em frente, ignorando-a e nunca paro.
Insigne brasileiro um bicho muito esperto
Ligeiro quando trata-se de algum direito
E foge se o ganho não for líquido e certo
Inclusive ao bom trampo nunca foi afeito.
Registra-se em qualquer benefício social
Ou passa por necessitado quando não é
Sendo até na fila distribuidora de mingau
Assumindo uma profunda atitude de fé.
Feliz fica se a malandragem é proposital
Onde uma coisa não dá certo ele dá no pé.
Perfeito, amigo poeta Jair. Tua réplica-acróstica descreve muito bem nossa solertice, nossa matreirice, nossa raposice...
EliminarUm abraço. Tenhas uma ótima semana.
Nesse mundo, Dilmar, nada mais me espanta.
ResponderEliminarBeijo e muita paz!
De fato amiga Shirley, parece que tudo é permitido...
EliminarUm abraço.; Tenhas uma linda semana.
Em matéria de matreirice o Brasil é uma excelência querido. Bjusss
ResponderEliminar