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sexta-feira, 10 de março de 2017

GAÚCHO A PÉ

Nunca fui ao CTG
nem aos rodeios
nem frequento bailões,
mas digo bah,
e, às vezes, tchê
Sou gaúcho a pé,
 traço um churrasco,
 monto um chimarrão,
porque o amargo da bebida
adoça a alma da gente.
Tentei cavalgar os pangarés,
mas subia por um lado
e caia pelo outro.
Entre xotes e rancheiras,
prefiro os boleros
e o tango dos hermanos.
Das gauchadas,
pouco sou capaz,
exceto, dizer Capaz!
Aliás,  cantarolo, às vezes,
Cleiton e Cledir:
Capaz
que o mundo um dia vá se acabar
...........................................................
Capaz
que exista vida em outro lugar
...............................................
Capaz
que  o homem tenha ido à lua
...................
Sou gaúcho,
mas não visto bombacha,
não sou das pilchas
nem falo  o gauchês,
mas digo capaz,
 digo bah!
e, às vezes, tchê!

17 comentários:

  1. Dilmar,
    Tenho um amigo gaudério de boa cepa e, no seu aniversário, fiz o acróstico abaixo para ele. Tua postagem me fez lembrar da gauchidade dele.

    Acróstico

    Macanudo de boa cepa de Rio Pardo
    Amigo de seus amigos esse gaudério
    Relho e soga na mão, visão que guardo
    Charla e mateia: levando tudo a sério.

    Oigalê! De pala e barbicacho no Pingo,
    Sacudido e tapejara, este vivente guapo
    Farroupilha cuera de segunda a domingo
    África comete sem garganta, sem papo.

    Boleadeira não é ilhapa nem estranha
    Ixê! lhe caem do bolso butiás, as vezes
    Orre diacho! Se na merda rival se banha!
    Tenência é para os borrachos e as reses.

    Empantufa-se de seus filhos este vivente
    Inclusive de Marilene, a prenda preciosa
    Xucro se torna se mexem com sua gente
    Enquizilha, então acaba qualquer prosa.

    Indio velho desse mundão sem porteira
    Riograndense de russilhonas blasonadas
    Aboletado no Capão da Canoa de cadeira
    Despacito, tropeia lesmas nas calçadas.

    Emboleia-se, as vezes, no lento caminhar
    O que não limita a boa vida deste colhudo
    Lento, sempre encontra seu próprio lugar
    Inclusive desta existência ele sabe tudo.

    Vaqueano, o vivaracho vareia de vereda
    E trote largo, deste cabo véio não é praia
    Indiferente, seja numa lomba ou ladeira
    Risca Marco Véio a rua como fosse raia
    Afroxar jamais, nem que o mundo queira.

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    1. Caro amigo poeta Jair, tenho dito que para se ler um bom poema basta deixar o mote que tu te encarregas de lapidar o esboço. Bom demais teu acróstico. Vejo que tu conheces as coisas do velho Rio Grande.

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  2. Maravilhoso!!

    Beijinhos e bom fim de semana

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    1. Cara amiga Cidália, pois o Brasil é grande, como tu sabes; então, existem diferenças no falar E no vestir e no folclore entre as regiões.

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  3. Hahaha, que delícia de poema!

    Eu, como paulista, não aprendo a usar "Capaz" com o sentido que se usa por aí!... Adoro o sotaque, os amigos, o chimarrão ;-)

    Beijos =)

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    1. Pois é, cara Nadine, o "Capaz" o "Bà" estão no nosso dna.
      Obrigado pela visita. Um abração. Tenhas um lindo fim de semana.

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  4. rsss, muito bom!!!
    Eu também nunca fui prenda, nunca fui à CTG, nem a bailões; mas fui amazona, das melhores. Entendo de cavalos. Digo bah, tchê e capaz!!...E levo comigo, a todos os cantos, a alma e o espírito gaúcho!
    Vivi o Rio Grande do Sul!!

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  5. É, cara amiga Tais, nossa alma gaudéria é muito forte e nosso jeito de falar é inconfundível. Por qualquer lugar por aonde a gente vá, neste país, somos logo identificados. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um lindo fim de semana.

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  6. Boa noite Dilmar.
    Um belo poema, bem claro que é um bom gaúcho. E sabe aproveitar um bom churrasco. Um feliz final de semana. Abraços.

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    1. Cara amiga Mirtes, obrigado pela visita. Somos movidos a churrasco e chimarrão. Um abração. Tenhas uma semana abençoada.

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  7. Gosto do "bah" e do "tchê"
    Um amigo meu gaúcho muitas vezes fala, e eu que acho tão lindinho fico sorrindo quando sem perceber ele deixa um dos dois vir a tona. O teu poema meu amigo é lindo! Há sentimento, encanto e alegria. Amei lê.

    Beijinho Dilmar

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    1. Pois é, cara amiga Fernanda "bah" e "tchê" estão no nosso DNA. Obrigado pela visita. Abraços daqui do sul. Tenhas uma linda semana.

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  8. Quando os americanos,
    pousaram lá na lua
    encontraram lá os alentejanos
    ouvi dizer, montando uma grua
    com a ajuda dos transmontanos
    debaixo duma azinheira
    depenando uma perua
    para assar numa fogueira
    acesa no meio da rua.
    Do forno estava tirando o pão
    de tarinha de trigo, acabado de cozer
    para comerem com chourição
    num garrafão para beber
    tinham o bom vinho carrascão.

    Tenha caro amigo poeta Dilmal um bom dia de domingo, um abraço,
    Eduardo.

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    1. Caro poeta amigo Eduardo, gostei na farra na lua. Com teus patrícios na lua a vida seria bem divertida por lá, seria diferente daquela coisa insossa dos norte-americanos. Gostei do humor do post. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma ótima semana.

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  9. OI DILMAR!
    EMBORA ACHE LINDA NOSSA CULTURA GAÚCHA, TAMBÉM NUNCA FUI A CTG MAS DIGO UM "BAH" E UM "TCHÊ" COM O ORGULHO QUE NOS É PECULIAR. GAÚCHO QUE O É DE VERDADE AMA SEU "CHÃO" E O RESPEITA MESMO QUE NÃO USE PILCHA POIS ISSO VEM DA ALMA.
    TEU TEXTO TRADUZ LINDAMENTE NOSSA "GAUDERICE".
    ABRÇS
    http://zilanicelia.blogspot.com.br/

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    1. Cara amiga Zilani, realmente, nossa cultura é muito forte. Mesmo que a gente não siga todos os ritos do tradicionalismo, trazemos na alma o DNA gaúcho. Obrigado pela visita. Um abraço. Tenhas uma linda semana.

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  10. Oi Dilmar!
    Adorei!
    O "bah," é a denuncia do sou gaúcho!
    Falo muito "bah"! Sem querer! Já vem impresso no nosso dna!
    Beijo carinhoso!

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