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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A MOÇA, O DOUTOR E O BOBO

Quem já não fez besteira
algum dia, na juventude?
Eu me lembro de tantas,
que por vezes constranjo-me
da autoria daquelas pixotadas...

Compartilhei algumas pitorescas,
mas tranquei   vida a fora
aquelas menos abonadoras,
digamos aquelas mais vexatórias.

Relato agora um evento verídico
ocorrido há mais de quarenta janeiros,
nas tardes de abril daquele ano
em que o Tio Sam foi à Lua.

Segui um cara no centro da cidade,
de segunda à sexta-feira,
por volta da quinze horas,
para saborear o aroma do tabaco
que o cidadão queimava no cachimbo.

Um dia, surpreendido por um amigo
abrigado da chuva na marquise da Casa Massom,
eu, boquiaberto, não tive resposta:
por que todas as tardes daquela semana
eu caminhava atrás da menina morena
desde a Rua Uruguai até até a Galeria Malcon?

Pois eu preocupado com o cheiro
do tabaco holandês não percebia
que o distinto senhor engravatado,
platonicamente à distância, seguia
uma bela moça de minissaia.




16 comentários:

  1. Boa tarde Dilmar

    Fantástico poema. Adorei

    Tenha uma semana feliz, com muita paz
    Beijos


    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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    1. Cidália, obrigado pela visita de além-mar. Um abraço daqui do sul Brasil.
      Tenhas uma linda semana.

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  2. Coisas da juventude, nossa, é bom poder relembrar e transformar em poema, tens esse dom, amei ler meu amigo Dilmar!
    Abraços!

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    1. Amiga Ivone, obrigado pelo visita e obrigado pelo carinho.
      Tenhas, sei que terás, uma linda semana.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Acróstico, O poeta e o cachimbo

    Seguia o poeta cachimbo e seu aroma
    Ele, mesmerizado, à volta nada notava
    Guiado pelo cheiro que atração o toma
    Um dia após outro tal qual zumbi estava.

    Indo atrás do fumante, seguia a garota
    Navegava na direção que o outro fazia
    De modo que tinha atitude bem escrota
    O mesmo e o cachimbo em vã sintonia.

    Seguindo o seguidor sem medo de vaia
    Então foi alertado por seu melhor amigo
    Guri, o sujeito segue garota de minissaia
    Uma vez que o segue então corre perigo.

    Inda hoje o poeta sente certa vergonha
    De ter passado o humilhante vexame
    Onde há cachimbo será bom que ponha
    Refreio em seus atos após um exame.

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    1. Amigo Jair, havia respondido pela manhã, mas acho que esqueci de publicar, dai que não gravou o texto. Então, obrigado pela réplica poética. Sou ex-fumante desde primeiro de janeiro de 2004. Fumei dos 18 ao 52 anos. Foi muito tempo ingerindo veneno.
      Amigão Jair, acabo de receber o presente. Estou muito contente. Muito obrigado. Um abração. Tenhas uma ótima semana.

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  5. Dilmar, menos mal que o colega do seguidor do homem do cachimbo pensou que ele seguia a moça de minissaia. Se ele soubesse a verdadeira intenção, talvez não entendesse nada e o vexame poderia ser maior. Muita paz!

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    1. Pois é amiga Denise, seria constrangedor. À época do episódio eu fumava cigarro, ainda não usava cachimbo porque meus recursos eram parcos, mas tinha veneração pelo cheiro do fumo de cachimbo. Muitas vezes, me peguei seguindo gente fumando aquele troço. Mais tarde, tive vários cachimbos. Hoje, fico pensando,poderia ter dado aquele dinheiro, usado de forma desnecessária, para os necessitados. Infelizmente fui fumante, durante 34 anos. Menos mal que há dez ano abandonei de forma definitiva o hábito de fumar. Meus filhos foram responsáveis pela mudança, pois eles incomodaram tanto, no BOM SENTINDO, que acuado, acabei abandonando a nicotina. Devo isso a eles, aos meus bons filhos, Rodrigo, que mora no mundo espiritual, há cinco anos e a Gisele, que compartilha a nossa casa.
      Um abraço. Tenhas uma semana abençoada.

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    1. Fernando, obrigado pela visita de além-mar.
      Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas uma boa noite.

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  7. Querido amigo adorei saber um pedacinho da sua história de vida, diga-se de passagem muito engraçada, o inebriante aroma do cachimbo não o fazia ver mais além. Hahaha. Gosto do aroma de cachimbo, meu pai fumou durante anos. Lembro-me que o levava as tabacarias em busca do fumo. Depois ele iniciava o ritual sentado a sua cadeira preferida, na varanda de casa. Socava o fumo no cachimbo que ele chamava de fornilho se não me engano. Ascendia e ficava horas saboreando o seu cachimbo e apreciando o belo jardim que ele cuidava, chego a pensar que nessas horas ele entrava em meditação hehehe. Boas lembranças meu amigo. Quanto ao seu evento de juventude, gostei imensamente. Beijos

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    1. Pois é amiga Josy, todos nós, temos histórias ocorridas na nossa juventude. Fiz várias presepadas, das quais, algumas sinto vergonha de contar.
      Sobre o cachimbo, realmente o nome do bojo é fornilho. Existe todo um ritual para o uso do objeto. Por exemplo, o fumo tem que estar seco. Em épocas de muita umidade se faz necessário secar o fumo no forno do fogão para a combustão funcionar no cachimbo. Sentar em uma cadeira confortável ou se estender sobre uma rede, riscar o fósforo, lançar fogo no fumo do cachimbo e ficar contemplando a paisagem é demais... Pena que o tabaco é nocivo à saúde.
      Obrigado pela visita. Um abração. Tenhas uma boa noite.

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  8. rssss, essa eu nunca imaginei em ler... Mas são lembranças muito boas das nossas vidas, e cada um de nós têm várias pra contar. E hoje, do alto da nossa maturidade, tornam-se engraçadas. Da rua Uruguai até a Malcom? É... bons metros, dá para sentir as baforadas do senhor aquele...rss
    Abraços, amigo Dilmar, boa semana!

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  9. Amiga Tais, hoje, em cima dos meus sessenta e alguns anos, olhando para trás, às vezes, quando me vem à memória algumas pixotadas praticadas na juventude, fico pensando: como é que eu fiz aquilo, meu Deus!". Outras vezes, rio de mim. Mas enfim, a maturidade somente o tempo proporciona.
    Obrigado pela visita. Um abraço. Tenhas uma ótima quarta-feira.

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  10. Bom dia Dilmar.
    Em primeiro lugar meus parabéns pela criação dos seus filhos que fizeram o amado pai para de fumar, os filhos dando o exemplo ao pai rsrs, as vezes a minha filha também pega no bom sentido no meu pé quando faço ao nocivo a minha saúde rsrs. Meus parabéns a você pela força de largar o habito do fumo, fez muito bem, a maioria dos meus familiares fumam, não tiveram a sua coragem e força de largar . Quanto ao texto, quem não fez algo constrangedor na juventude , faz parte do nosso aprendizado.
    Um lindo dia.
    Abraços.

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